Como dito por Hobbes, “o homem é o lobo do homem”. Essa ilustre frase revela a atual disputa pela hegemonia nos serviços de transporte, entre motoristas do aplicativo Uber e taxistas, onde estes tentam, de todas as formas, destruir uns aos outros para sair em vantagem. Entretanto, o que esses grupos não levam em consideração é a livre escolha do mercado e assim, prendem-se a justificativas de direitos desiguais e concorrência desleal. Uma das mais citadas justificativas para as inúmeras manifestações de taxistas contra o funcionamento do Uber é a desigualdade quanto aos deveres que cada um tem de cumprir. Enquanto os táxis devem ter alvará para circular nas cidades – ou seja, é proibida a clandestinidade – os motoristas do aplicativo necessitam apenas da aprovação da empresa para que façam parte do grupo. Esta é uma falha do Estado que deve ser rapidamente corrigida, já que se ambos fazem o mesmo trabalho devem ter os mesmos deveres. Porém, são inúmeros os pontos em que os motoristas particulares (do Uber) vencem dos taxistas, como, por exemplo, no modo de vestir-se e na receptividade ao cliente, fatores que trazem o bem-estar daquele que está consumindo o serviço e que contam como um fator decisivo na escolha. Assim, vê-se que essa pertence apenas ao consumidor e no livre mercado com a presença da livre concorrência, aquele que estiver mais apto será o vencedor, semelhante ao que acontece na natureza com a seleção natural das espécies. Então aqueles devem preocupar-se apenas em como atender e melhorar seus serviços para que sejam mais requisitados que o concorrente. Visando uma melhoria na coexistência desses serviços, é necessário que o governo regule os deveres e direitos, para que estes sejam iguais e não haja privilégios para um dos grupos. É imprescindível que ambos se adaptem e busquem sempre melhorar seus serviços para uma competição justa, com a realização de cursos de como tratar seus clientes, como vestir-se e como comportar-se em relação a esse – sabendo quais perguntas pode fazer e quais são desnecessárias, para evitar conflitos.