Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A precarização do patrimônio histórico brasileiro e suas implicações

Redação enviada em 24/10/2018

Lançado em 2013, o filme "Clube de Compra Dallas" retrata o drama de um eletricista que, após ser diagnosticado como portador do vírus HIV, decide travar uma batalha contra a indústria farmacêutica no intuito de garantir os medicamentos necessários no combate à doença. Assim como no longa, milhões de pessoas morrem todos os anos por não conseguirem tratamento adequado para suas enfermidades, principalmente em países subdesenvolvidos onde o progresso e o avanço tecnológico caminham em sentidos opostos. Segundo uma pesquisa divulgada pelo jornal Folha de São Paulo, em outubro de 2015, estima-se que mais de 35% da população brasileira não possui acesso à internet, ou seja, mais de 70 milhões de pessoas ainda permanecem desconectadas na chamada "era digital". Analisando os dados, pode-se dizer que o avanço tecnológico nas últimas décadas provocou, sem sombra de dúvidas, mudanças significativas no que se refere à melhorias em saúde, qualidade de vida, desenvolvimento, conforto e acesso aos meios de informação. Entretanto, se por um lado essas mudanças proporcionaram uma revolução no campo técnico-científico, por outro, serviram de base para fomentar ainda mais as desigualdades sociais e econômicas, criando um abismo gigantesco entre ricos e pobres. Além dos problemas relacionados às desigualdades sociais, outro fator que agrava ainda mais a situação refere-se ao elevado número de trabalhadores que perderam seus postos de trabalho por se tornarem obsoletos em suas respectivas áreas de atuação. A substituição de trabalhadores por máquinas faz parte do planejamento de qualquer empresa capitalista. Aumentar os lucros e diminuir os custos tornou-se a principal estratégia de empreendedores que desejam maior autonomia no mercado competitivo. Assim sendo, observa-se uma nítida contradição entre a ascensão da indústria robótica e a dignidade humana: a substituição de trabalhadores por máquinas deveria ocorrer em ocasiões em que o trabalho degrada e denigre o ser humano, e não em situações em que o trabalhador seja substituído no intuito de diminuir os gastos de uma determinada empresa. Dessarte, observando as mudanças estruturais provocadas pela revolução técnico-científica, verifica-se que as relações humanas se esfalecem à medida em que o individualismo, somada à falta de empatia, se sobrepõe à dignidade humana. Por conseguinte, é importante considerar os diferentes paradoxos dos avanços científicos para não criar uma falsa ilusão de que essas modificações trouxeram apenas transformações positivas para a sociedade.