O incêndio no Museu Nacional, com acervo adquirido em cerca de dois séculos de pesquisa, situado no palácio que abrigou a família real portuguesa e a família imperial brasileira, além de ter sido local da primeira assembleia constituinte republicana, despertou no povo brasileiro, assim como outros desastres em patrimônios históricos e culturais despertaram, um pensamento de não saber a própria história, cuja ciência é indispensável para que o povo não cometa os mesmos erros mas célebre e multiplique os acertos. Esse distanciamento da própria história é observado até mesmo nas ruas e praças públicas, onde há muitas vezes pichações e depredações em monumentos históricos. Esses vândalos, preocupados em passar uma mensagem subjetiva, acabam por ignorar e desrespeitar a mensagem objetiva e o conhecimento baseado em fatos do passado que os monumentos históricos transmitem. Os brasileiros, assim como esses vândalos, não valorizam esse conhecimento devidamente. Como prova disso, tem-se o fato de que pouquíssimos brasileiros gostam de visitar museus e patrimônios históricos e desconhecem muitos dos nomes dados às ruas e avenidas. Outra forma de observar a desvalorização da história brasileira está no descaso com museus e institutos de pesquisa. Poucos homens públicos do Brasil apresentam projetos de valorização desses monumentos, ou nem mesmo discutem a importância do patrimônio histórico brasileiro, o que resulta em desastres como o incêndio do Museu Nacional, o incêndio do Museu da Língua Portuguesa e o incêndio do Instituto Butantã. Para prevenir outros desastres como esses, homens públicos, artistas, jornais e programas televisivos devem discutir a importância do patrimônio histórico brasileiro. Além disso, congressistas precisam apresentar e aprovar projetos que melhorem a infraestrutura de museus e de outros monumentos culturais, históricos e científicos. A verba para essa segunda medida virá dos impostos arrecadados pela União, partindo da aprovação do Governo Federal. Prevenindo essas fatalidades e dando mais valor ao patrimônio histórico do Brasil, a população conhece sua história, se orgulha dela e a usa para construir seu futuro com base em experiências concretas.