Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A precarização do patrimônio histórico brasileiro e suas implicações

Redação enviada em 25/09/2018

Em um país com educação precária, altos índices de desemprego e instabilidade política, os museus, cidades históricas e sua capacidade de diálogo entre passado, presente e futuro, tornam-se uma válvula de escape para diversas problemáticas sociais. No entanto, no Brasil, é notável o desleixo para com a cultura, história e ciência, a ponto de perder instituições seculares para adversidades evitáveis, como incêndios. Dessa forma, a análise do patrimônio histórico como identidade de um povo, legitima a discussão a respeito da degradação deste. Diferentemente de Getúlio Vargas, presidente brasileiro nos anos 30 e assinante do decreto de lei que trazia para o estado a responsabilidade de manter o patrimônio histórico, os governos e candidatos atuais possuem poucos ou nenhum novo projeto visando a preservação de museus e cidades históricas. Fator que junto à disponibilização insuficiente, por parte dos governos, de recursos para âmbitos culturais, possibilita a degradação e esquecimento dessas áreas, além das tragédias em larga escala, como do Museu Nacional que, segundo o jornal Folha de São Paulo, em cinco anos obteve queda de 50% nos seus investimentos e, em setembro de 2018, foi destruído por um incêndio. Logo, é imprescindível que o Governo, o Iphan e outras instituições, hajam em conformidade com as leis já existentes e proponham outras, evitando assim o retrocesso causado com a perda material e imaterial do patrimônio brasileiro. Em meados do século XVIII, a população francesa ao dominar a Bastilha, cidade contingente da principal prisão da França, destruiu o maior símbolo de poder absolutista do país na época, sendo o marco do começo de uma revolução. Assim, percebe-se que o patrimônio pode vir a representar uma estrutura de poder e a perda deste possibilita mudanças significativas na identificação de um povo. Todavia, no Brasil, devido a carência em investimentos e incentivos culturais, a população pouco conhece seus símbolos históricos afinal, segundo o IPEA, 70% da população brasileira nunca visitou um museu. Consequentemente, percebe-se uma sociedade, em sua maioria, irresponsável e ignorante a respeito de seu patrimônio ao ponto de, até mesmo, depreda-lo. Assim sendo, apenas os investimentos estruturais nas instituições culturais brasileiras não são suficientes, é necessário também reeducar os brasileiros sobre sua própria identidade. Portanto, tendo em vista a importância do patrimônio histórico brasileiro, é fundamental uma reforma social, de maneira a dar mais atenção às necessidades do segmento. Para tanto, o Governo, por meio de apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), deve reestruturar o decreto de Lei assinado por Getúlio Vargas, visando tratar os aspectos culturais com mais prioridade e rigor, incentivando também a visitação popular e excussões escolares a museus, para que dessa forma, as futuras gerações possam entender a riqueza histórica do país e aprender com ela.