Título da redação:

Percurso newtoniano

Tema de redação: A precarização do patrimônio histórico brasileiro e suas implicações

Redação enviada em 02/10/2018

Funcionando como a primeira lei de Newton, a qual diz que um corpo tende a permanecer em movimento até que uma força atue sobre ele mudando-o de percurso, a precarização do patrimônio histórico brasileiro tem sido um problema persistente há tempos. Com isso, ao invés de atuar como a força necessária para alterar o rumo desse impasse, o Estado e as escolas acabam contribuindo com esse cenário. Parafraseando Gandhi, o futuro é resultado das ações que são tomadas no presente. Infelizmente, vê-se, hodiernamente, um enorme descaso das autoridades em relação a preservação da herança da nação, algo que historicamente já aconteceu. A tragédia recente do incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, não é inédita, desde 1978 tais episódios mostram-se recorrentes, embora quase nenhuma ação seja tomada para evitar isso. Dessa forma, os prejuízos ultrapassam as fronteiras econômicas, invadindo o campo cultural de um povo, já que os responsáveis continuam em estado inercial, ignorando a catástrofe. De acordo com o sociólogo George Santayana, quem não aprende com o passado tende a cometer os mesmos erros no futuro. As escolas, nesse sentido, falham em não exigirem de seus professores uma postura mais firme quanto ao ensino sobre patrimônios aos alunos. Sob esse ângulo, os estudantes crescem sabendo sobre matemática e português, todavia são incapazes de zelar pelo acervo material e até imaterial que constitui a própria história deles. Dessa maneira, uma das consequências dessa negligência são os atos de depredação às obras, esculturas e relíquias antigas, visto que para os autores do ato tais objetos nada significam. Infere-se, portanto, que ações devem ser tomadas para contornar esse obstáculo. Cabe, ao Governo Federal, na pessoa do presidente, decretar uma emenda constitucional que define como dever de todos os brasileiros o cuidado para com o legado histórico, tornando crime atos de vandalismo feitos aos monumentos, a fim de inibir que o descuido generalizado continue. Também, o Ministério da Educação, em parceria com as escolas, deveria colocar na base curricular os estudos acerca dos temas supracitados, com o objetivo de gerar zelo pelo o que é público desde pequeno, pois ao se tornarem adultos continuarão com os mesmos ideais. Assim, o trabalho conjunto de ambos os agentes conseguirá alterar o percurso newtoniano desse problema.