Título da redação:

Pelo fim da contra-cultura

Tema de redação: A precarização do patrimônio histórico brasileiro e suas implicações

Redação enviada em 19/09/2018

Promulgada pela ONU em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a todos os indivíduos o direito à educação e ao bem-estar social. Conquanto, a debilidade das Instituições Científicas, no Brasil, impossibilita o cidadão de desfrutar inteiramente desse direito universal na prática. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências de tal postura negligente para nossa sociedade. A educação é o fator principal no desenvolvimento de um País. Hodiernamente, ocupando a nona posição na economia mundial, seria racional acreditar que o Brasil possui um sistema público de ensino eficiente. Contudo, a realidade é justamente o oposto e o resultado desse contraste é claramente refletido no modo como é tratada a questão patrimonial histórica, no Brasil, pelo Governo. Segundo o site bbc.com, apenas 2 dos 13 candidatos à presidência abordam a temática relativa ao bom funcionamento de museus e institutos voltados à preservação do patrimônio nacional. Diante do exposto, verifica-se que o incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em setembro de 2018, ratifica a falta de interesse do poder público em investir na infraestrutura das instalações voltadas a cultura brasileira e mundial. Faz-se mister, ainda, salientar a falta de eficiência no cumprir da lei com aqueles que depredam espaços públicos voltados à arte e cultura. De acordo com Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é a característica da “modernidade líquida” vivida no século XXI. Diante de tal contexto, observa-se, principalmente nas capitais, como São Paulo e Belo Horizonte, a destruição ou descaracterização de monumentos, por intermédio de “pinchações”, com naturalidade, algo do cotidiano que não permeia as infrações dos códigos de conduta civis e éticas. Apesar de políticas ostensivas, como efetuada pelo prefeito Dório, em SP, com fito de atenuar a poluição visual causada por “pinchações”, e a destruição dos patrimônios físicos, o desinteresse por resguardar a história humana segue intrínseca a realidade do país. Infere-se, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que estabeleçam avanço do conhecimento no Brasil. Dessa maneira, urge que o Ministério da Cultura, com apoio da Polícia Militar, Civil e da Guarda Municipal, proteja os patrimônios tutelados pelo Brasil, por meio da criação de postos estratégicos para segurança das obras culturais, com os impostos voltados a ala cultural, promovendo maior fiscalização do acervo nacional. Ademais, para que haja bom funcionamento das instituições culturais, o Governo, por meio de gestão consciente, pode investir na estruturação e restauração dos espaços de artes, afim de instaurar nos brasileiros o desejo e cuidado pela história cravada em monumentos. Dessa forma, o Brasil poderia superar a precarização no patrimônio histórico e galgar outro degrau rumo a educação ideal.