Título da redação:

Patrimônio coletivo

Tema de redação: A precarização do patrimônio histórico brasileiro e suas implicações

Redação enviada em 18/09/2018

A primeira prevenção tomada pela França antes da Segunda Guerra Mundial eclodir, e o país ser futuramente invadido pelo exército alemão, fora retirar todas as obras e tesouros que pertenciam ao Museu do Louvre e estoca-las em um ambiente seguro, dado que a sociedade francesa acreditava que a arte é uma herança coletiva. Nesse sentido, o Brasil, devido a uma desvalorização histórica e gradual da cultura, paulatinamente abandona seu acervo coletivo, consoante tanto ao recente incêndio no Museu Nacional como os insignificantes projetos do Governo ao que se refere a preservação de patrimônios históricos brasileiros. Embora o incêndio no Museu Nacional seja recente, em meados dos anos de 1970 o Museu da Arte Moderna fora destruído em quase todo o acervo, que incluía obras de Pablo Picasso e Salvador Dali. Destarte, a desvalorização, depreciação e vandalismo aos patrimônios públicos, museus e memoriais está ligada principalmente à educação uma vez que hoje não é reconhecido a importância que a herança coletiva deixa dentro da sociedade. Porém é pela arte e pelo patrimônio público que um país constrói sua identidade, e em meio ao vandalismo e à desvalorização desses patrimônios públicos encontra-se perda da percepção do coletivo, da característica que define o Brasil. Além da falta de conscientização sobre a relevância que a arte e os patrimônios coletivos têm diante do corpo social, o país também carrega esse estigma no âmbito administrativo. De 13 candidatos a futura presidência brasileira apenas dois apresentam projetos para preservação de patrimônios, mesmo diante de um cenário lamentável no qual é ordinário a falta de infraestrutura que atenda a necessidade dos museus, como é o caso do Museu do Ipiranga fechado há 5 anos. Dessa forma, o mau gerenciamento do Estado contribui efetivamente para o menoscabo dos legados coletivos nacional. A arte está intimamente conectada a identidade e características de um determinado lugar, portanto é necessária a preservação e valorização da mesma. Machado de Assis acreditava que um país só mudaria através da educação, e nesse sentido é necessário que Governo, por meio do Ministério da Educação em conjunto com as instituições de ensino, estimulem e ensinem crianças e adolescentes sobre a necessidade da proteção aos patrimônios históricos, por intermédio de aulas de Artes e visitas à Museus e Memoriais. Além disso, é imprescindível que o Estado, por meio de políticas públicas que reconheçam o respeito histórico que essa herança social carrega, e também distribua verbas que protejam a infraestrutura dos patrimônios públicos. Dessa maneira, a sociedade brasileira se entenderá como nação coletiva e a crença de machadiana se perpetuará.