Há aproximadamente três semanas, o Brasil tornou-se o alvo principal dos noticiários mundiais e a explicação para tamanha repercussão não foi nada positiva: o Museu Nacional, abrigo de inúmeros artifícios históricos de extrema importância para a história cultural e científica do país, havia sido assolado. Acontecimentos similares permeiam toda a história do Brasil e possuem justificativas enraizadas na cultura brasileira. Dentre as tais, é cabível mencionar o contínuo alheamento das autoridades públicas tal como a ausência de investimentos eficientes no âmbito da atividade científica. Sabe-se que hodiernamente o cenário sociopolítico no país é alarmante. O descaso governamental com o dinheiro legitimamente público tornou-se um hábito corriqueiro. Posto isso, as verbas que deveriam ser destinadas à saúde, educação, segurança e cultura, acabam desviando-se das suas finalidades legais e financiando a corrupção sistêmica. Consequentemente, setores como o da cultura e da ciência, que recebem verbas ínfimas e em muitos casos adulteradas, são afetados numa escala preocupante. Ademais, a ausência de uma cultura que vise ampliar os horizontes científicos no país também favorece tal problemática. Na grade escolar do ensino público não é visível o estímulo a criticidade dos alunos e tampouco ao apreço por questões de cunho cultural e científico, o que inviabiliza a formação de cidadãos que compreendam a relevância de tais vertentes em uma nação e também favorece a desatenção governamental, visto que reivindicações sociais não são empreendidas. Assim, depreende-se que mobilizações são necessárias para que os infortúnios gerados pela falta de comprometimento com o patrimônio brasileiro sejam barrados. Convém inicialmente aos Órgãos de segurança pública como a Polícia Federal, fiscalizarem anualmente as condições estruturais de prédios que abrigam museus e bibliotecas. Por conseguinte, cabe ao Ministério da Cultura em parceria com empresas privadas investirem na construção de museus, bibliotecas e observatórios astronômicos no país acessíveis sobretudo ao público infantil. Outrossim, a Escola deve promover projetos interdisciplinares que busquem a abordagem da ciência de forma didática. Desse modo o genuíno ideal de progresso será factível na realidade brasileira.