Título da redação:

Memórias em brasa

Tema de redação: A precarização do patrimônio histórico brasileiro e suas implicações

Redação enviada em 17/09/2018

No século XIX, D. Pedro II iniciou a política de valorização da identidade nacional e dos patrimônios históricos, buscando fortificar a cultura brasileira. Todavia, a falha do controle estatal do Brasil contemporâneo provoca a precarização desse patrimônio, propondo sérias consequências: a decadência educacional e cultural do país. Os patrimônios culturais são pilares substanciais para construir e evoluir a educação de um país, uma vez que disponibilizam conhecimentos, das diversas áreas do conhecimento, adquiridos ao logo da evolução da sociedade, os quais são base para o progresso do saber científico e histórico. Todavia, com a falha estatal na preservação desses bens, eles se tornaram precários, o que possibilitou inúmeros acidentes catastróficos. Sob essa perspectiva, o problema é refletido no incêndio do Instituto Butantã, em 2010, que destruiu cerca de 80 mil exemplares do acervo vivo de cobras. Portanto, com essa precarização, a educação retrocede, já que são necessárias novas pesquisas para obtenção de resultados e saberes anteriormente alcançados. Ademais, a decadência da cultura é, também, um malefício gerado pela problemática. Segundo Durkheim, a cultura é um fato social que se molda pela história do grupo a qual pertence, e que permite fortificar e valorizar seus costumes. Assim, advindo da precarização do patrimônio histórico, o país tem sua memória e sua base histórica perdida – acervos de quadros artísticos, livros e documentos – e, por consequência, sua cultura é suprimida e apagada. Logo, criam-se inúmeros problemas sociais, como a falta de identidade nacional, enfraquecendo a coletividade da nação e a soberania do Estado brasileiro. São evidentes, dessa forma, as consequências da precarização do bem histórico para o Brasil. À vista disso, é necessário que o Governo Federal, junto com o Legislativo, crie leis, por meio do processo legislativo, que estabeleçam uma taxa mínima de repasse de verba para a manutenção dos bens históricos. Dessa maneira, a base da educação será preservada, permitindo o avanço científico e histórico. Outrossim, com a preservação histórica, a cultura nacional será fortificada, o que permitirá que ela permaneça viva e a memória eternize-se, não se perdendo nas brasas.