"Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima". A frase citada por Nelson Rodrigues refere-se ao complexo de vira-lata que os brasileiros carregavam consigo em meados de 1950. O pensamento de que, tudo que é importado é melhor do que fabricado ou gerado no Brasil vem trazendo danos irreparáveis. Esse contexto, que perdura até os dias atuais, reflete também à cultura, já que músicas, lendas, contos e todos os patrimônios são amplamente desvalorizados pela própria nação, fazendo com que a sociedade não torne importantes aspectos nacionais. Primeiramente, vale salientar que, o descaso por parte do governo é evidente. Um exemplo seria a corte de verba para o Ministério da Cultura pelo presidente Michael Temer, que alega que o valor será investido em Segurança Pública. Entretanto, parte dessa quantia é repassado para a manutenção de acervos, como museus e exposições. Com isso, vê-se a negligência dos governantes que não tratam a questão como uma priori. Sob esse contexto, é perceptível que a sociedade brasileira não dá o devido valor para cultura. Com isso, não se cobra dos governantes a manutenção, reforma e construção de locais apropriados para abrigar esses tesouros nacionais. O mais recente caso de negligencia foi o incêndio, no mês de setembro de 2018, no Museu Nacional, visto que a redução de repasse de verbas para o mesmo trouxe danos irreparáveis, já que houve uma perca de mais de 5 mil exemplares catalogados. Conclui-se, portanto que, é imprescindível que haja uma intervenção tanto governamental como social para que as gerações futuras possa acompanhar a história. Cabe então ao Governo tratar a questão cultural como uma prioridade repassando valores que sirva para manutenção e gastos de patrimônios culturais, visto que estes são tão importantes quanto qualquer outro órgão. Cabe as escolas, juntamente com a sociedade mostrar o devido valor da história nacional contada através de exposições e museus, para que, assim, o complexo de vira-lata fique marcado apenas na história e deixe de ser o cotidiano nacional.