Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A população em situação de rua no Brasil

Redação enviada em 21/06/2019

É de conhecimento geral que, durante meados da Primeira República- no início do século XX-, a população brasileira, sobretudo na cidade do Rio de Janeiro, presenciou a destruição de diversos cortiços pelo Poder Público, o que ocasionou o despejo de diversas famílias de suas moradias. Nesse viés, hodiernamente, permanece elevado o número de indivíduos em situação de rua no país, em razão não apenas da falta de empenho do Estado para a melhoria da problemática, mas também da própria consciência excludente que vigora na sociedade. Primeiramente, é importante ressaltar que, em função do pouco investimento governamental em políticas de apoio e assistência social, famílias menos favorecidas se deparam com maiores dificuldades de interação e de trabalho, sofrendo com a escassez de recursos de subsistência e de capital para a manutenção de suas despesas básicas. Assim, sem condições mínimas de sustento, esses indivíduos, negligenciados pelo Estado, encontram-se desamparados a ponto de perderem seus bens, incluindo suas casas. Nesse contexto, essa realidade de dificuldade e miséria se assemelha à obra “Capitães de Areia, em que o escritor brasileiro Jorge Amado apresenta um grupo de jovens que encontra nas ruas sua única chance de sobrevivência, passando a atuar, em seu âmbito social, de forma ilegal e marginalizada; tal como ocorre atualmente, no Brasil, fora da ficção. Outrossim, é evidente a conservação do pensamento segregacionista entre as pessoas, desde o Período Colonial- com a instauração da escravidão indígena e, posteriormente, africana-. Observa-se, então, que a sociedade, ao perpetuar a visão de inferioridade dos grupos historicamente desfavorecidos, contribui para que o acesso de muitas pessoas ao emprego regulamentado torne-se árduo, corroborando a sua precariedade e sua consequente necessidade de abandonar suas residências. Ademais, cabe destacar que, devido à ausência de moradia e à forma negativa em que são apresentados no mercado de trabalho, os moradores sofrem ainda mais preconceito e exclusão, não conseguindo exercer seus direitos de cidadãos assegurados pela Constituição Federal de 1988. Nesse sentido, urge que a mídia- veículo de grande alcance popular-, por meio da divulgação nas redes sociais e nos jornais “online”, atue na divulgação de campanhas de mobilização acerca da situação alarmante dos moradores de rua e proponha a conscientização das pessoas sobre a necessidade da inserção dessa minoria no mercado de trabalho e na dinâmica das relações. Assim, de modo que a oferta de emprego e o apoio aos indivíduos sem moradia os ajudem a conquistar respeito, igualdade e estrutura básica para o seu sustento, a fim de que a problemática citada seja atenuada, o país poderá configurar uma realidade distinta do início do século XX.