"Sem um fim social o saber será uma das maiores futilidades". A frase do sociólogo Gilberto Freyre expressa exatamente a atual situação da saúde pública brasileira. O Sistema Unico de Saúde -SUS- necessita de pessoas capacitadas para gerenciar e garantir a assistência, que por enquanto, para muitos cidadãos, só existe na Constituição. É preciso pontuar, de início, que um dos principais problemas está na falta de informação. As emergências dos hospitais estão sempre cheias porque grande parte da população acredita que só lá conseguiram resolver o problema. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Emergência, 60% dos casos poderiam ser resolvidos em consultas de rotinas. Outro problema generalizado está na forma como são aplicados os recursos financeiros. A lentidão e o descaso no atendimento em unidades Básicas de Saúde (UBS) servem de estímulo para a negligência da prevenção. Fato que ocorre muito em relação ao câncer de próstata, de forma que o paciente, grande parte das vezes, só procure o serviço de saúde quando a doença se agrava. Logo, as despesas com tecnologia, remédios, estadias e equipe multidisciplinar tornam-se muito mais elevadas do que na prevenção. Evidencia-se, portanto, que a falta de informação e o descaso com as medidas preventivas geram grandes despesas orçamentárias para o SUS. Dessa forma, o governo deve atuar iminentemente no problema, através de propagandas televisivas nas emissoras abertas, explicando os níveis de assistências ofertados e os benefícios que o usuário obtém ao respeita-los. Além disso, o Ministério da Saúde deve investir na atenção básica e no sistema de gestão geral, por meio de concursos públicos, buscando sanar as deficiências do sistema pelo mútuo conhecimento das áreas como administração e sistema de informação.