Hospitais sucateados. Médicos mal preparados. Falta de equipamentos. Essa é a realidade da saúde pública no Brasil, que tem sofrido com o abandono e o descaso das autoridades. Isso se dá pela incapacidade do poder público de gerenciar tal serviço com a qualidade necessária. Comprometendo, assim, o direito do cidadão ao acesso a saúde e, por sua vez, à cidadania. Pode-se afirmar, primeiramente, que este é um setor carente de investimentos, e a atual crise econômica tem contribuído pra isso. Isso ocorre porque a atual conjuntura tem obrigado o governo federal a cortar gastos até em setores estratégicos como a saúde. Segundo a ONG Contas Abertas, os cortes podem ultrapassar os R$ 12 bi este ano. Precarizando ainda mais o setor. No que tange a qualidade dos serviços e os investimentos, há uma discrepância muito grande entre os distintos Estados do país. Na capital do Acre, Rio Branco, por exemplo, a administração municipal gasta em média pouco mais R$ 240,00 anuais por habitante. Porém em Belo Horizonte os gastos ultrapassam os R$ 930,00. Evidenciando, assim, a dificuldade do governo federal de direcionar de maneira estratégica as verbas públicas para cada município. Em se tratando dos efeitos sociais dessa triste realidade, o acesso à saúde de qualidade é negado à população. A Constituição Federal diz que é dever do Estado garantir, dentre outros direitos sociais, a saúde. Para o geógrafo Milton Santos, o Brasil é um país sem cidadãos, uma vez que, este é quem goza plenamente de seus direitos. Sendo assim, a precarização da saúde não permite o exercício da cidadania. Fica claro, portanto, que o poder público tem se mostrado incapaz de gerenciar a saúde pública no Brasil, o que prejudica o devido exercício da cidadania. Para melhorar o atual quadro e garantir o acesso à saúde é necessário que o governo retome os investimentos no setor melhorando a capacitação dos médicos, ampliando e equipando hospitais para melhor atender a população. É necessário, também, que este crie um plano de gestão eficiente que compreenda as necessidades de cada região, aproximando a saúde da realidade de cada um. Para isso, a população tem que cobrar de suas autoridades uma postura responsável para administrar a área e, assim, se aproximar do exercício cidadão.