Título da redação:

O fim do Soldado Amarelo

Proposta: A polêmica gestão da saúde pública no Brasil

Redação enviada em 20/04/2016

Fabiano, o sertanejo de Graciliano Ramos, quando posto diante da representação das políticas locais, se faz covarde e explana: "Governo é governo ". Entretanto, hoje, não há necessidade de conter as críticas e, diante de realidades como a gestão pública de saúde, é possível revindicar. Dessa forma, é preciso analisar a deficiência estrutural e logística recorrente sobre o Sistema Único de Saúde. Primeiramente, a ida de médicos para áreas de nefastas estruturas tende a não ser precificável. No panorama brasileiro, a realidade dos futuros médicos tende a ser duas: jovens que, do alto da pirâmide social, pagam o ensino privado ou indivíduos esperançosos movidos pelo sonho de serem médicos(as). Sendo assim, nem os elitizados, nem aqueles que tiveram árduos caminhos até aquele ponto irão para precários hospitais longínquos ganhar algum tipo de aumento Além disso, a falta de investimento estatal junto a má logística deteriora ainda mais a saúde pública. O fato no qual, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), quase 30% da renda destinada à saúde pública foi reduzida no ultimo ano, junto com a deficitária escala médica, cria o caos conhecido nos hospitais públicos. Logo, além da falta de equipamentos e a reduzida verba de contratação , acontece algo recorrente: vê-se, por exemplo, ortopedistas em ócio ao mesmo tempo que há uma falta generalizada de outro tipo de especialista, evidenciando a má gerência. Portanto, é necessário a intervenção conjunta das três esferas governamentais. Emergencialmente, aumentando a porcentagem do PIB destinado à saúde, com a consequente criação de projetos como os PSF( Projeto de Saúde da Família), e o aumento, temporário, do valor de relocação médica para áreas remotas. Em longo prazo, criando faculdades que priorizem, por cotas especiais, os moradores dessas áreas. Além do obvio investimento em infraestrutura. Somente assim será possível fazer o que era inviável em "Vidas Secas": mudar a gestão política.