No limiar do século XXI, a gestão da saúde pública ainda se caracteriza como um desafio para Brasil. Nesse cenário, a falta de recursos para o profissional trabalhar contribui para que os pacientes padeçam nas filas dos hospitais à espera de atendimento. Além disso, a inércia governamental torna o sistema inoperante e obsoleto. Condições de higiene precárias, falta de medicamentos e de materiais para procedimentos simples são o que os médicos da rede pública enfrentam todos os dias. Segundo Aloísio Tibiriçá, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, o problema do Brasil não é a falta de médicos, mas a distribuição. Para ele, a carência deve-se às condições precárias de trabalho no sistema público, o que faz com que os médicos migrem para a rede privada. Dessa forma, o pequeno número de profissionais dificulta o atendimento de todos os pacientes. A falência do Sistema Único de Saúde (SUS) não é por falta de dinheiro do País, mas uma consequência do descaso dos governantes. Atualmente, o Brasil é classificado como a sétima maior economia do mundo, porém, segundo a OMS, o valor investido em saúde é quase seis vezes menor que o do Reino unido, país com a sexta maior economia. Dessa forma, os problemas do sistema persistirão enquanto o investimento financeiro for baixo. Para que a saúde pública no Brasil melhore, é necessária uma reforma em todo o sistema. Para tanto, é preciso que o Estado direcione no mínimo 10% do PIB para essa área. Com isso, mais hospitais poderão ser criados e restaurados para que, assim, atraiam mais médicos para trabalharem na rede pública. A população deve cobrar que o Ministério da Saúde fiscalize periodicamente a gestão dos hospitais para garantir o bom funcionamento. Somente assim, os hospitais conseguirão atender toda a demanda e o País poderá ser visto como uma nação saudável.