A palavra Racismo tem por significado, a ideologia ou o ato de discriminar e inferiorizar indivíduos, devido a suas características biológicas, como por exemplo, a cor da pele e o tipo de cabelo. Durante a história do Brasil, extensos foram os períodos em que o racismo, aliado a intolerância religiosa e cultural, resultaram em um agravante mais desumano ainda, a escravidão. O Brasil, que teve quatro séculos construídos sob o estalo do açoite, e do sofrimento do negro amarrado ao tronco, construindo na sociedade durante 388 anos, o pensamento de que, aqueles tinham pele negra, descendiam de Cain, o primeiro homicida da humanidade segundo as escrituras cristãs, e por esse motivo seriam criaturas de intelecto inferior e naturalmente condenadas, que precisavam ser purificadas pelo trabalho e pela conversão, ainda que forçados pela violência. Após libertos, os negros passaram da condição de escravos, para excluídos da sociedade, sem ter para onde ir, nem possuir conhecimento algum, se não aquele aprendido durante a escravidão, uma grande porcentagem da população estava agora sob o ócio do desemprego, a condição da pobreza, e também, os olhos do preconceito, pois, até mesmo projetos de “embranquecimento” da população com a trazida dos imigrantes, foram fomentados no lugar das políticas de inclusão social dos negros que aqui já habitavam. Como consequência, houve um processo de marginalização que perdura até os dias atuais. No século XXI, centenas de anos depois do término do regime escravocrata, as consequências desse pensamento racista e desumano ainda são encontradas na sociedade brasileira. Uma vez que, piadas e outros comportamentos sociais de cunho racista, e notícias que refletem a realidade dos negros marginalizados por uma herança escrava, são de fato, resquícios de um pensamento que foi inserido e fomentado por 388 anos, em um país de 516. Com base nos dados históricos, percebe-se o porquê da permanência desse comportamento racista e intolerante em nossa sociedade, e nota-se que é preciso continuar a desconstrui-lo, dando a justa oportunidade de ascender socialmente e academicamente, para aqueles que são herdeiros da escravidão, e hoje não tem os recursos para tal, fortalecer também a cultura negra no Brasil, que por muitos anos foi menosprezada pela mídia e submetida aos traços europeus e norte americano de beleza, também precisam ser reforçadas, as campanhas educacionais nas escolas, universidades e também ambientes de trabalho, informando que cor de pele implica apenas em mais ou menos melanina, e isso não torna alguém superior, nem inferior a outro. Para assim, desconstruir o muro do preconceito, apresentando o real conceito que, todo ser humano é igual, independentemente de qualquer característica biológica ou social.