Título da redação:

Desconstrução do racismo

Proposta: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 03/05/2016

A historiografia brasileira mostra, desde os primórdios, com a escravidão de indígenas e negros, a constância do preconceito racial no país. Nesse sentido, ainda hoje, diversos exemplos de discriminação – escancarados ou escondidos – provam que a mentalidade escravocrata permeia a sociedade brasileira, acarretando, além de constrangimentos, desvantagens econômicas e sociais para essas minorias. O Brasil é constituído, majoritariamente, por negros e pardos. Apesar disso, os indicadores sociais apontam um padrão de vulnerabilidade dessas etnias, seja no mercado de trabalho, no acesso à educação ou à justiça. Nesse contexto, segundo estudos do instituto de pesquisa econômica aplicada (IPEA), afro-brasileiros representam 63% do total da população pobre do país, além de mais da metade das crianças que não frequentam a escola. Isso deixa claro que a população branca é, em grande parte das vezes, privilegiada em tais setores, o que revela uma cultura de segregação racial. Tais dados evidenciam as consequências da discriminação racial ser considerada natural no país. Dessa maneira, o chamado “racismo invisível” toma forma com expressões como “serviço de preto” ou “negro de alma branca”, que, mesmo denegrindo a população afrodescendente, são proferidas cotidianamente. Assim, por acreditarem não existir preconceito no país, muitos se posicionam contra medidas tomadas pelo governo para garantir maior igualdade entre raças, como as ações afirmativas para concursos e a caracterização de racismo como crime inafiançável. Entretanto, apesar de insuficientes, as medidas são importantes para o começo de uma reeducação da população na questão. É imprescindível, portanto, que o Estado crie políticas públicas de inclusão social que atinjam todos os setores da sociedade. Faz-se necessário, também, que as famílias e escolas ensinem as crianças, desde pequenas, a importância do respeito às diversidades étnico-raciais para a afirmação da identidade nacional. Assim, a luta antirracista terá mais força e a equidade entre as etnias tomará o lugar da memória escravista nacional.