Apesar da abolição da escravidão ser assinada pela princesa Isabel de Bragança, em 1888, o racismo contra afrodescendente persiste em existir, mesmo que, ironicamente, seja conceito ultrapassado e inverossímil em pleno século XXI. Conforme comprovado, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstrem outra realidade. Dessa forma, se faz jus debater o problema para entender a profundidade do assunto em relação ao cotidiano. As estatísticas são alarmantes: 63,7% são desempregados além de 71 a cada 100 pessoas assassinadas são negras, dados do Atlas de Violência 2017, segmento do IBGE. Todavia, o assunto é mais profundo cujas raízes são históricas, da qual teorias cientificistas tentavam comprovar a “inferioridade” em que pessoas de peles escuras estavam diretamente ligadas à decadência da “nação”, sendo, por exemplo, um dos grandes expoente Nina Rodrigues, o fundador da antropologia criminal do país. Entretanto, as miscigenações começaram a obter conotações positivas, em meio acadêmico, a partir somente na década de 1930, pelo livro “Casa-grande e senzala”, de Gilberto Freyre. Nessa obra, o autor desmonta várias das teorias recorrentes à época, demonstrando pesquisas nas áreas de nutrição, antropologia, medicina, psicologia, sociologia justificando condições socioeconômicas, questão de doenças, tal como sífilis. Mas também, declarando, corretamente, para o brasileiro ter orgulho das misturas étnicas. Portanto, retomando ao próprio Freyre “Sem um fim social o saber será a maior das futilidades”. Nesse contexto, é importante estabelecer o diálogo em escolas e comunidades para entender o feitio do crime, interferindo diretamente os Direitos Humanos e à Constituição de 1988, contudo é importante estabelecer, também, punições àqueles que insistem desrespeitar. Dessa forma, é necessária a união entre o Ministério da Educação e Cultura e o Poder Judiciário para que o problema seja resolvido.