Título da redação:

Democracia racial assentada em politicas errôneas

Tema de redação: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 10/05/2016

Por mais absurdo que possa parecer, há ainda muitos preconceituosos que não querem aceitar que os negros possam ter direito a fazer parte das relações e práticas sociais como todo e qualquer cidadão, segundo eles ,os negros serem destituídos de capacidades intelectuais ou quaisquer outras. Na realidade, tudo isso não passa da ignorância de alguns assentada no ódio e no preconceito, direcionando-se para o racismo . Temos insistido que é impossível entender a “necro/política” racial brasileira sem levar em conta o lugar do corpo negro no projeto da nação verde-amarelo. Se por um lado o corpo negro é consumido na figura da mulata tipo exportação, do homem negro hiper-sexual, do carnaval, do futebol, da favela e do candomblé com espaços do turismo exótico -, por outro ele alimenta a imaginação racista branca como sinônimo de criminoso, perverso, dependente do bolsa-família, favelado, fanqueiro, promíscuo. Haveríamos de nos perguntar então como é possível uma sociedade não-racista, como nos quer fazer crer a grande mídia brasileira, providencialmente coordenadas por uma intelectualidade treinada, conviver com tamanho paradoxo: ao mesmo tempo em que é impossível saber quem é negro e quem é branco no Brasil, negros são as principais vítimas da violência homicida, a maioria dos que apodrecem nas prisões, os alvos prediletos do terror policial e a maioria entre os empobrecidos e analfabetos. Em outras palavras, se os cínicos insistem em negar a existência do racismo no país, com um pouco de sensibilidade política não nos parece ser difícil localizar onde estão os negros na hierarquia social brasileira. Os encontros mortais dos negros com o aparato policial por si só deixam nu o argumento de que é impossível saber quem é negro e quem não é no país da democracia racial. A incrível capacidade da polícia em identificar o corpo negro nas invasões de favelas e a insidiosa disparidade nos números de homicídios entre a população jovem de ambas as raças, requer no mínimo que o discurso que nega a existência do racismo se sofistique “Você não pode enfiar uma faca de nove polegadas nas costas de uma pessoa, puxar seis polegadas para fora, e chamar isso de progresso!”. A frase de Malcolm x, expressa nosso ceticismo quanto à ideia de progresso racial vendido à exaustão na propaganda política do governo federal e ecoado em alguns setores do movimento negro. O acesso da população negra a direitos básicos de cidadania é mais uma conquista da luta organizada do que uma concessão do Estado. Dado o lugar histórico de não-cidadãos ou cidadãos de terceira categoria que os negros ocupam no nosso ‘regime racializado de cidadania’ , ainda estamos há quilômetros dos primeiros passos consistentes rumo à correção das injustiças raciais. A cidadania incompleta reflete à abolição inconclusa, uma vez que os direitos básicos de cidadania do pós-abolição não são reparação nem podem mudar, como um passe de mágica, a estrutura perversa da sociedade brasileira. O assassinato de negras e negros não é suficientemente ‘político’ para uma luta coletiva contra a violência estatal e para a unificação de bandeiras contra a opressão. Porque a morte negra é tao banal que ela não pode ser vista como tragédia. Afinal, o que é a ditadura para quem a lei está em permanente estado de suspensão.Porque a condição negra é vista, nos olhos da esquerda, como uma consequência/derivativa, ao invés de parte fundante, do capitalismo racial brasileiro.Ao negar a existência do conflito entre brancos e negros, as elites brasileiras negam também o antagonismo entre as classes. Inversamente, a resposta da esquerda à direita tem sido negar o antagonismo racial, como se o resgate da identidade negra não fosse um elemento revolucionário, na medida em que a negritude está relacionada a pobreza e à opressão. Na medida em que há um reconhecimento e um resgate dessa identidade racial, ela está carregada também de uma identidade de classe no tripé preto/a-pobre-trabalhador/a. Uma vez que as esquerdas brasileiras hesitam em assumir a questão racial – ou a assumem como uma consequência da dominação de classe – acaba as vítimas do racismo, a tarefa de oferecer um projeto radical de transformação da sociedade que incorpore como suas matrizes as dimensões de classe, gênero, sexualidade e raça. Contudo a parte que mais importa é a governamental não somente de ter o imediato de mudança , mas uma recolocação de pensamentos sobre a politica e as vigentes leis e condições negras , a desestruturação de paradigmas colônias imperados até os dias atuais , as bancadas raciais observarem realmente de uma forma oprimida , sendo que estão levando em consideração a atual mídia racial , assim chegaremos a melhores condições e até possível extinção dessa democracia de etnias