Título da redação:

Correntes de um passado escravocrata

Proposta: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 19/09/2018

Foi em 1888, quando a princesa Isabel, pressionada por outros países, assinou a Lei Áurea, cessando a vinda forçada de africanos escravos, sistema que perdurava no país há três ciclos econômicos. Hoje, mais de dois séculos desde a libertação dos negros no Brasil, a liberdade é apenas ideológica e os mesmos se veem atados às correntes do racismo. A esse fato, tem-se a formação de estereótipos da sociedade brasileira e o sistema governamental parcial como principais estimuladores. Primordialmente, a persistência do racismo no Brasil é consequência da formação de estereótipos. Para legitimação da informação dada, é necessário entender que o cérebro humano serve como um grande arquivo, informação divulgada pelo canal de influência digital, nerdologia, no qual as primeiras impressões que se tem a cerca de determinado assunto são gravadas e guardadas de modo a servirem como material de comparação em posteriores análises sobre o mesmo. Assim, diante do fato de que o primeiro contato de brasileiros com os africanos deu-se num contexto em que esses eram desumanizados e tidos como objetos, a estereotipização desse grupo foi inevitável e a partir desse momento foram associados à eles característica escravistas que mostraram-se como percursoras de ideologias atuais e alimentadoras do racismo após a sua libertação da escravidão, como a de que todo negro é forte. Outrossim, a parcialidade do sistema governamental também mostrou-se como grande incentivadora para que o racismo se propagasse pela sociedade. Esse fator mostrou-se mais evidente durante a escravidão, no qual os negros não tinham direitos, e tornou-se mascarado após sua abolição. Tal informação pode ser confirmada a partir da criação da leis de terras, algumas décadas após o fim do sistema escravista que, ao cobrar altos preços, impediu que os negros pudessem adquirir seus próprios territórios, fator que deu início às primeiras favelas do país, o que pode ser comprovado pelo fato de que hoje, de acordo com o Penad, 57% da população das favelas brasileiras é negra. Ademais, é possível destacar a desigualdade social entre raças no país, evidenciada pela Epoca, que indica que negros recebem 29% de brancos que exercem a mesma profissão. Diante de tais dados, conclui-se que a escravidão foi abolida no Brasil, mas as medidas tomadas pelo governo, propagaram as suas sequelas e não garantiram os direitos igualitários prometidos perante a Constituição à todos os brasileiros. Dessarte, a persistência do racismo no Brasil é consequência de estereótipos escravocatas e é estimulada pelo sistema governamental parcial do país. Diante de tal conclusão, no âmbito social, é necessário que Ministério da Educação torne, como parte da lista de matérias obrigatórias em todas as escolas, o ensino da história e cultura africana, de modo que as crianças possam formar seus próprios estereótipos justos em relação aos negros, longe das ideologia da época da escravidão. Já em relação à parte governamental, é necessário que o Estado cumpra com os artigos constitucionais e ponham em prática a igualdade de raças, através da igualdade salarial, do fornecimento de habitação populares e da melhora do sistema de ensino público. Só assim será possível cortar o racismo e impedir que as sequelas de seu passado escravista impeçam que os afro-descendentes possam usufruir da liberdade que durante séculos lhes foi privada.