Título da redação:

Brincadeira?

Proposta: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 01/05/2016

O racismo no Brasil não é um problema ou invenção atual. Desde o final do século XIX, após a abolição do regime escravista, os negros são constantemente inferiorizados na sociedade brasileira. Atualmente a persistência da discriminação racial no país se deve a fatores como a falta de representatividade sofrida pelos negros e a lenta mudança de mentalidade social. Dentre tantos fatores que contribuem para a persistência da discriminação racial no Brasil, a ausência de representatividade se coloca como um dos mais fortes. Após a promulgação da Constituição de 1981, quando o presidencialismo se tornou a forma de governo oficial, o país contou com apenas um presidente negro, que ficou no cargo por cerca de um ano. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) os negros constituem maioria dentre os habitantes das favelas brasileiras. A ausência da população negra em altos cargos e a sua predominância em regiões de vulnerabilidade social contribuem para a perpetuação da discriminação racial na sociedade brasileira. Outrossim, destaca-se a mentalidade social como impulsionadora da discriminação racial. Pois como nos diz o renomado compositor Gabriel o Pensador: ‘’e de pai para filho o racismo passa, em forma de piadas que teriam bem mais graça se não fosse o retrato da nossa ignorância, transmitindo a discriminação desde a infância’’. Assim, brincadeiras e piadas de teor ofensivo constituem uma poderosa arma para a propagação do preconceito no Brasil. Entende-se, portanto, que a continuidade do racismo no Brasil contemporâneo é fruto da ainda baixa representatividade da população negra e da perpetuação de brincadeiras e dizeres de cunho ofensivo para com os negros. Diante disso, o Governo Federal, através do Ministério da Educação, deve trabalhar na otimização do atual sistema de cotas, evitando fraudes, e também elaborar campanhas a nível nacional, envolvendo a esfera público-privada de educação, a fim de reafirmar que racismo não é brincadeira e que constitui dever de todos combatê-lo.