Título da redação:

Brasil: um país de todos?

Proposta: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 27/10/2016

Em 13 de maio de 1888, sob forte pressão, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que decretou o fim da escravidão no Brasil, sendo o último país do Ocidente a realizar tal feito. A partir de então, era esperado que o negro fosse integrado à sociedade brasileira, porém o que se encontra no Brasil contemporâneo, cerca de 130 anos após esse episódio, é uma sociedade extremamente racista, devido à sua formação histórica, ligada à escravidão. Em primeiro lugar, é necessário ressaltar que não houve nenhuma política de inserção do negro na sociedade após a abolição da escravatura. Ao invés disso, o recém-proclamado governo republicano decidiu estimular a vinda de europeus e asiáticos para o país, com o intuito de embranquecer a população tupiniquim. O resultado dessa política foi a manutenção do status quo da situação da população de origem africana, que, sem ter qualquer valorização de sua cultura, indenização pelos 358 anos de exploração ou acesso à educação e emprego, passou a formar as camadas mais baixas da sociedade. O fim da escravidão não significou a liberdade para o negro. Em segundo lugar, é prudente destacar que a mentalidade escravocrata não foi extinta com a Lei Áurea. Durante esse período sombrio da história brasileira, diversos intelectuais criaram teorias, ditas científicas, que ressaltavam a superioridade da raça branca em relação à negra, visando justificar a escravidão, além de condenarem a miscigenação. Essas teorias, apesar de já condenadas, contribuem para perpetuar o preconceito racial, pois se encontram enraizadas no pensamento de parte da população. Essa afirmação pode ser confirmada pelo fato de jovens negros terem 2.5 vezes mais chances de ser assassinado do que um branco, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Portanto, é evidente que a persistência do racismo no Brasil está ligada à sua formação histórica. Cabe ao Governo Federal, por meio do Ministério da Educação e Cultura, promover o ensino da cultura africana nas escolas do país, valorizando as mesmas e combatendo o preconceito em torno dessa população. Além disso, por meio de políticas públicas, como a cota racial, deve integrá-los à sociedade, combatendo a desigualdade racial que atinge o país. Com essas medidas, a população de origem africana finalmente terá a sua tão sonhada liberdade e o Brasil se tornará um país de todos.