O Brasil é um país miscigenado resultante da migração de vários povos desde seu descobrimento pelos portugueses. Mas, apesar de sua diversidade étnica e cultural, a própria miscigenação brasileira é fruto de um preconceito. Já que a vinda de europeus e asiáticos, por exemplo, foi incentivada com o intuito de embranquecer a população. Além disso, o mito da democracia racial perdura no país graças a pensadores como Gilberto Freyre, autor de "Casa-Grande e Senzala”, com isso, o racismo encontra embasamento e persiste. Desse modo, a elite brasileira encontra um certo amparo para seu preconceito velado em obras como a de Freyre, que pregava a insignificância da herança escravista nacional quando comparada à americana, por exemplo. Entretanto, é notável que ainda existe no país uma discriminação. Várias medidas já foram tomadas pelo Governo, como as cotas em universidades públicas e punições mais rígidas para crimes raciais, que, até agora, mostraram-se ineficientes. Haja vista que, muitas vezes, desempenham papel contrário ao seu objetivo e colaboram para um aumento dessa cultura de confronto racial. A inexistência dessa democracia propagada por Freyre pode ser comprovada pelo número irrisório de pessoas negras em universidades e cargos de chefia em empresas estatais e privadas. Diante disso, há a necessidade de uma maior inclusão desses indivíduos na sociedade e em melhores postos de trabalho. Enfim, muitos avanços foram feitos na busca pela superação desse preconceito racial, porém, ainda há muito a se fazer. Iniciativas governamentais, como as cotas, são válidas, porém, são apenas paliativas, o real problema precisa ser solucionado. Para isso, é necessário aumentar a quantidade de negros em cargos de importância e nas universidades. Essa meta será alcançada somente por meio de uma melhora na qualidade da educação pública de base que deveria ser feita pelo Governo. Além disso, programas de conscientização por meio de peças publicitárias poderiam ser feitos pelo Estado e por Organizações não governamentais e veiculados na mídia. Concomitantemente, faz-se necessária também uma punição ainda mais rígida para crimes raciais. Assim, o Brasil poderá ter, de fato, uma democracia racial.