Título da redação:

Branco no preto: a miscigenação exclusória brasileira.

Proposta: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 24/05/2016

"A carne mais barata do mercado é a carne negra.", cantou Seu Jorge em uma ferrenha crítica ao preconceito racial existente há muitos séculos e que ainda persiste na atualidade. A persistência do racismo na sociedade brasileira advém de inúmeros fatores, principalmente históricos; no entanto essa realidade precisa ser mudada, pois prejudica o próprio país que é altamente miscigenado, influenciando em questões sociais e políticas. A abolição da escravidão no Brasil ocorreu em 13 de maio de 1888 e foi considerada tardia e ineficaz, porque não ofereceu assistência aos ex-escravos para que esses pudessem se integrar à sociedade. Dessa forma, o começo de uma sociedade livre da escravidão foi mal sucedido, pois os negros não tiveram outro espaço a não ser o do trabalho que eles mesmos anteriormente exerciam e que agora, apesar de "assalariado", ainda era escravo por ser abusivo. Portanto, essa política, ou falta dela, possibilitou a permanência da condição de inferioridade e submissão dos afrodescendentes, contribuindo para a permanência do preconceito racial. Deste modo, o racismo permaneceu e resistiu até os dias atuais. Ainda são existentes e comuns manifestações preconceituosas como as efetuadas recentemente contra jornalistas e artistas negros, como aconteceu com a Maju Coutinho, Cris Viana e a Taís Araújo. Além disso, quando o racismo não é exposto, como o citado acima; existe ainda o famoso racismo "disfarçado" que está presente em situações consideradas inocentes, porém permeadas de preconceitos, como ocorrem em piadas, brincadeiras e comentários que depreciam uma cor de pele em relação à outra. Desta maneira, o Brasil é um país que possui uma grande dívida histórica com sua população afrodescendente, pois sua irresponsabilidade e falta de assistência promoveu o preconceito e a exclusão social de boa parte dessa; como também influenciou na "marginalização negra", porque, segundo dados de domínio público, a maior parte das mortes em função de criminalidade estão presentes entre pessoas de pele mais escura. E embora o governo brasileiro, nos últimos anos, tenha implantado cotas em alguns seletivos públicos, essas medidas não são suficientes; sendo necessário maior engajamento público nesta problemática. Sendo assim, é essencial que o Estado brasileiro promova políticas públicas eficientes para que o racismo deixe de persistir em sua sociedade. É necessário maior investimento em uma educação inclusiva que ensine o respeito e a importância de todas as etnias e que a cor da pele nada mais é do que uma característica, e não um fator de preconceito. Como também, ampliação do programa de cotas com mais vagas e em outros âmbitos como o político, com número de vagas fixas em várias instâncias para essa finalidade; podendo, dessa forma, aumentar a representatividade negra para um dia se alcançar a igualdade entre as pessoas no Brasil independentemente da cor dessas.