Toda a contribuição sistemática da população negra para a formação da sociedade e da história brasileira, não garantiu a igualdade racial. O Brasil, participou, como colônia portuguesa, na escravidão dos africanos. Tal prática, foi fruto da ideologia européia de superioridade branca, justificada por teorias científicas e teológicas da época. Com o fim da escravidão, os negros que antes tinham valor de mercado passaram a orbitar a margem da sociedade livre. Isso porque, a mão de obra foi substituída pelos imigrantes europeus, assalariados, através das políticas de parceria visando inclusive o branqueamento da população. Desde então, os negros, destituídos de privilégios, formam a classe excluída social e economicamente, vivendo uma forjada democracia racial imposta pela elite branca. Ademais, a desvalorização da cultura negra é pública e notória, expondo um paradoxo já que, a sociedade é composta por mais de 50% de autodeclarados pardos e negros, segundo dados do IBGE. Constituindo, assim, um ambiente favorável ao preconceito, e descriminação racial. As redes sociais atuam como uma vitrine ao velado racismo brasileiro, pois a falsa ideia de liberdade e anonimato encoraja a destilação do ódio sem possíveis punições, como os ataques a atriz, Tais Araújo. Os ataques revelam o que esta camuflado na sociedade, a intolerância às mudanças de classes. É incomodo que uma atriz, bem-sucedida, seja negra. é incomodo que os representantes do governo sejam negros ou que eles entre nas universidades. Haja visto, a baixa composição de negros nos ministérios, em torno de 7%, e as manifestações contra a implantação do sistema de cotas nas universidades públicas. Assim, as estatísticas em que há a maioria negra referem-se , em grande parte, a índices de violência, pobreza e mortalidade de jovens, que hoje mais de 77% do total são negros. Conclui-se, portanto, que há um abismo social entra negros e brancos, e, que a origem dos problemas raciais tem raízes profundas. Entretanto, é inadmissível uma sociedade miscigenada perpetuar uma racismo latente. A princípio, é necessário programas de incentivo ao ensino da cultura negra nas escolas e grupos de discussão em centros formadores de opinião, como faculdades e na mídia,uma vez com conhecimento sobre o assunto minimiza-se o preconceito. Além disso, as leis de fiscalização e punição dos agressores tem de ser mais acessíveis.E, acima de tudo melhorias nas políticas públicas, proporcionando de forma justa que negros e brancos constituam todas as funções sociais de forma igualitária. Deve-se propor a igualdade a quem a sociedade sempre tratou como diferente.