Título da redação:

As Causas da Persistência do Racismo no Brasil Contemporâneo

Proposta: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 21/10/2016

Durante o processo de formação e consolidação do Estado brasileiro, do século XVI ao XXI, o pensamento etnocêntrico consolidou-se e permaneceu forte. O negro era visto, de forma mais intensa durante o período pré-republicano, como inferior ao homem branco, conseguindo seu direito ao voto somente na década de 30 do século XX com a chegada da Era Vargas. Com isso, surge a problemática do preconceito racial dessa lógica excludente que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela insuficiência de leis ou pela lenta mudança de mentalidade social. É indubitável que a questão constitucional e suas aplicações estejam entre as causas dessa problemática. Em primeiro plano, a falta de legislação que preveja penas duras para quem comete racismo e os deficientes meios para que essas leis se cumpram agravam ainda mais o problema. Nesse sentido, em estudo publicado no jornal Folha de São Paulo, o sociólogo Dr. Robert Ford diz que o Estado não se faz presente na hora de combater e punir os comportamentos racistas que vemos no Brasil. Dessa forma, evidencia-se a importância de um reforço da prática da regulamentação como forma de combate à problemática. Em segundo plano, é importante destacar a mentalidade social anacrônica como fator para a persistência do racismo. O pensamento que justifica a exploração do negro pelo fato dele ser inferior intelectualmente ao homem branco é datado do século XVII e já foi amplamente desacreditado pela ciência contemporânea. Desta forma, o sociólogo Dr. Ford acredita que a sociedade precisa superar as ideias passado e promover um futuro onde os seres humanos são tratados igualitariamente entre si. Entende-se, portanto, que a persistência do racismo na sociedade é fruto da ainda fraca eficácia das leis e da permanência de ideais da época da escravidão como intenso fato social. Afim de atenuar o problema, o Governo Federal deve trabalhar na criação de delegacias especializadas no combate ao racismo, aliado à esfera estadual e municipal do poder, além de ampliar as campanhas televisivas que estimulem a denúncia desses crimes. Além disso, é necessário que a sociedade repense seus conceitos e modernize a sua forma de pensar de maneira que seja possível superar os ideais etnocêntricos. Só assim poderemos combater essa problemática anacrônica e incompatível com o século XXI.