Quando Martin Luther King entoou seu famosos discurso conhecido como "Eu tenho um sonho", traduzia desejos que, infelizmente, não deixaram de existir na população negra mundial. Na sociedade brasileira, assim como em todos os outros países, o racismo persiste e fornece uma contradição entre ideais modernos e a persistência de conceitos retrógrados que impulsionam uma reprodução contemporânea de "Casa Grande e Senzala". O país apresenta as suas visões e fundamenta suas decisões sob a ótica de uma minoria que segrega o negro e o reduz a um problema nacional: associa a cor da pela à favela, pobreza e a sujeira. No entanto, essa mesma elite esquece que a atual condição de insalubridade e carência foi permitida por seu próprio posicionamento indiferente quanto à realidade segregacionista enfrentada por afrodescendentes. Essa alusão, pautada em uma análise que remonta as teorias racistas do século XIX, é uma das principais responsáveis por manter o negro às margens da sociedade. Além da herança de um pensamento colonial atrasado, que insiste em não ceder lugar a princípios de igualdade, existe um certo medo de nossa sociedade em discutir o problema do preconceito. Entretanto, não transformar o assunto do racismo em tabu é uma das principais soluções para reduzir atos violentos e equalizar o pensamento de uma parcela de cidadãos brasileiros em concordância com o século em que vivemos. Abordar este assunto ajuda a todas as camadas sociais a entender que, como divulgam corretamente estudos baseados na união de censos e análises históricas, todo brasileiro tem sangue crioulo, tal como canta Sandra de Sá. Dessa forma, é ilógico preservar preconceitos. O brasileiro deve romper com as amarras ideológicas retrógradas que o acompanham e contribuem apenas para propagar o ódio e agressividade. Assim sendo, é necessário um programa que una capital estatal e privado que possua o intuito de realizar debates nas escolas e nas redes cibernéticas com filósofos, sociólogos e outros professores com o intuito de esclarecer que nossa origem é negra e que as diversidades como um todo devem ser respeitadas. Também seria notório se escritores brasileiros se organizassem para produzir uma literatura voltada para diversas faixas etárias com o objetivo de tornar a cultura negra algo mais acessível e aprofundar o conhecimento sobre os principais contribuintes da consolidação do Brasil como potência econômica e cultural.