Apesar de ser considerado gloriosamente miscigenado, a terra onde canta o sabiá esconde, nas entranhas de sua sociedade colorida, marcas perturbadoras de racismo que datam de muito tempo. No século XVII, o Brasil recebeu grandes contingentes de escravos africanos que, em 1888, foram alforriados pela esperança que foi a Lei Áurea. Estavam livres, porém, uma liberdade questionável. A Princesa Isabel não tinha como assegurar que seus libertos tivessem uma vida digna e justa. Saindo do poder dos grandes Senhores de Engenho sem qualquer tipo de renda, os negros não tiveram outra opção que não fosse se submeterem novamente a trabalhos desumanos, por um salário medíocre. Neste contexto, o negro cresce às margens da sociedade, onde tudo é mais escasso e onde reina a injustiça. Assim, lentamente, o Brasil se consolida como um país desigual e preconceituoso. É evidente a falta de boas práticas de inclusão, ou da não eficiência das poucas existentes. Um exemplo seria a cota para o ingresso de negros nas universidades que, quando alcançam a vaga, sofrem com o racismo, não são racial, mas intelectual, por pessoas que alegam que seu ingresso não foi justo, mas apenas facilitado. Porém, as cotas vêm não com o objetivo de facilitar a vida destes, mas sim de incluí-los. Justificam-se, ainda, como a tentativa de dar oportunidade para a aparição de nomes como Barak Obama, Nelson Mandela e Joaquim Barbosa, representantes negros desta população que sempre sofreu tanto, provando que são extremamente competentes, sem se diferir em nada de qualquer branco, oriental, índio ou o que quer que seja. Vê-se, portanto, como o racismo é algo completamente injustificável e irracional, e que deve ser erradicado da sociedade. Para tal, recomenda-se que o governo promova práticas de inclusão social, com ideias difundidas pela mídia e pela escola, pregando o respeito imediato entre os povos na educação de todos os indivíduos. Deste modo, a humanidade dará um importante passo em direção a tão sonhada igualdade.