Título da redação:

Alma Colorida

Proposta: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 22/08/2017

Nas últimas décadas do século XIX, em detrimento da saturação de investimentos do mercado europeu, no auge da Segunda Revolução Industrial, iniciou-se um processo de disputa por territórios e mercados internacionais denominado Imperialismo. Como tentativa de justificar tal dominação em países do continente africano, os europeus alegavam a inferioridade e a incapacidade dos negros em administrar aquelas regiões. Assim, surgiram teorias pseudocientíficas como o darwinismo social que propõe que entre os seres humanos existem raças mais e menos desenvolvidas em meio a um processo natural. Primordialmente, é importante perceber que, segundo o IBGE, os negros (pretos e pardos) eram a maioria da população brasileira em 2014, representando 53,6% da população. Pode-se notar então que o país não é predominantemente branco e que mesmo assim maioria da população convive diariamente com um tipo de intolerância racial, acarretando inúmeros patamares de desigualdade social, adquiridos historicamente. A parcela da população negra do país ocupa cargos inferiorizados no mercado de trabalho além de receber apenas cerca de 59,2% do que é pago a uma pessoa branca; em alguns casos são facilmente associados a criminalidade, como mostra a novela “A força do querer” exibida pela Rede Globo, em que praticamente todos os traficantes da trama são negros. Além disso, os próprios estereótipos de beleza impostos pela sociedade, são bastante restritos a pele branca. No último dia 19, foi eleita como Miss Brasil 2017 a piauiense Monalysa Alcântara, que é negra. Infelizmente, a vitória da jovem não agradou a algumas pessoas que bombardearam as redes sociais com uma infinidade comentários preconceituosos como “tem cara de empregadinha, não deveria estar aí”. Ademais, veículos midiáticos de grande influência como a Disney, também suscitam esse tipo de ideologia a partir do momento em que com cerca de 94 anos de fundação, até 2009 não existia nenhuma princesa negra. Portanto, medidas são necessárias para solucionar o impasse. Seguindo os preceitos de Nelson Mandela de que “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”, é importante que as crianças sejam educadas dentro do seu núcleo familiar e escolar para aprenderem a aceitar as diferenças, não só na questão da cor da pele mas também em qualquer que envolva os diferentes biotipos. Vale ressaltar que o Brasil é um país heterogêneo e por isso de cultura riquíssima e que ódio gratuito prejudica tanto quem o comete, quanto quem o sofre.