Título da redação:

A raiz de todos os males

Proposta: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 03/05/2016

A raiz do racismo na sociedade brasileira está na migração forçada dos negros para o Brasil Colônia, que, em sua maioria, vinham do noroeste e sul da África para empregar sua força de trabalho – sem remuneração – nos engenhos açucareiros e, posteriormente, nos grandes latifúndios. Apesar da abolição da escravidão, por intermédio da Lei Áurea de 1888, a retificação do negro como cidadão comum, através do Art. 5º da Constituição Federal de 1988, e as diversas políticas de integração socioeconômica, as quais visam inclui-lo na sociedade, o Estado contemporâneo não conseguiu erradicar essa ideologia putrefata, em virtude, principalmente, da ineficácia em aplicar esses fatores no contexto prático. Embasado nisso, ainda que haja a proibição da escravidão no Brasil, nota-se a presença desta no cenário atual. De acordo com o Ministério do Trabalho, cerca de 50 mil trabalhadores foram resgatados de situações análogas ao trabalho escravo nos últimos 20 anos. Em suma, isso ocorre em virtude da indisponibilidade de empregos nas metrópoles urbanas, pois diversos trabalhadores, buscando melhores condições de vida, acabam sendo persuadidos a aceitarem condições bárbaras, equivalentes ao dos engenhos coloniais. Nesse contexto, infere-se que as desigualdades socioeconômicas impedem a aplicação do art. 5º da Carta Magna vigente no Brasil, a Constituição, no contexto civil. Apesar das diversas políticas de inclusão, por parte da Gestão, para auxiliar os desfavorecidos de capital a elevarem sua condição socioeconômica – e, finalmente, serem tratados como cidadãos –, o Estado falha em cumprir seu contrato social; este que, segundo o filósofo francês Rousseau, é de extrema importância assegurar direitos essenciais – saúde, educação e segurança – para todos os componentes do corpo social. Nesse âmbito, a falha é ocasionada pela incapacidade da Gestão em fiscalizar quem usa tais recursos, uma vez que diversos usuários, os quais usufruem de uma situação econômica vigorosa, burlam e sobrecarregam o sistema para garantir um benefício – como o FIES – que, ao que tudo indica, é desnecessário. Destarte, medidas são imprescindíveis para resolver o impasse. O Estado deve continuar a cumprir, como Rousseau conceitua pelo contrato social, sua função primordial: assegurar os direitos básicos de todos os cidadãos sem a distinção pela cor; isso deve ser feito através da elaboração de novos programas de inclusão, contudo, estes devem assimilar, ainda mais, a cultura negra ao corpo brasileiro, como, por exemplo, introduzir aulas de capoeira – uma herança, que simboliza a luta, descendente dos escravos submetidos às condições anormais dos engenhos açucareiros. Além disso, cabe ao Governo fiscalizar as regiões afastadas dos polos urbanos, haja vista que nestas ocorrem a exploração do trabalhador oprimido pela falta de oportunidades. Dessa forma, será possível, consoante ao famoso ditado popular, “cortar o mal pela raiz”.