É incontestável que, mesmo com ações afirmativas realizadas nos últimos anos, como o Artigo 5º da Constituição de 1988, o racismo ainda persiste na sociedade brasileira. Recentemente, a atriz e modelo Taís Araújo recebeu inúmeros comentários preconceituosos ao postar uma foto em sua rede social apenas por ser negra. Nesse âmbito, conclui-se que essa problemática perdura por ter raízes históricas e ideológicas. Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais é característica da “modernidade líquida” contemporânea. Dessa forma, a relação existente com a população negra é decorrente de uma defasagem de valores presente na sociedade, como a falta de educação com o próximo. Sendo assim, não é difícil encontrar exemplos de discriminação, basta observar em estabelecimentos comerciais ou sociais a baixa incidência de trabalhadores afrodescendentes. Ademais, para Immanuel Kant, o homem é o que a educação faz dele. Destarte, o racismo permanece ativo por consequência da disseminação de ideais inadequados à população por meio do ensino. Conseguinte a isso, esse imbróglio, aliado ao agravamento da violência brasileira, gera números alarmantes em relação à comparação jovem branco e jovem negro, como, por exemplo, um estudo feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o qual indica que um jovem negro é 2,5 vezes mais suscetível à ocorrência de homicídios que um de outra raça. Desse modo, é indiscutível que essa camada sofre diariamente com o receio de situações delicadas. Outrossim, a segregação tem fatores históricos ligados à sua existência. Desde o descobrimento do Brasil, em 1500, a população negra foi utilizada como forma de submissão aos brancos. Já entre os séculos XIX e XX, difundiram-se no país as teses eugenistas, as quais defendiam a ideia de que o homem branco europeu tinha maior competência civilizacional que os negros e índios. Assim sendo, é visível que a resistência do racismo é vinculada diretamente à constituição da população ao longo da história. Portanto, o Governo Brasileiro deve atuar incisivamente numa Lei que torne mais severa a punição para crimes racistas, de forma que a população negra se sinta confortável no convívio social. Além disso, instituições públicas necessitam incentivar a preservação cultural e histórica de importantes feitos, por meio da criação de museus e páginas na internet, a fim de eternizar as lutas e conquistas da sociedade afrodescendente. Por fim, empresas e universidades precisam gerar novos postos de trabalho e vagas na faculdade para os negros, com a finalidade de incluir socialmente toda a população brasileira.