Título da redação:

A Persistência do Preconceito Racial no Brasil

Proposta: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 24/10/2018

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada após virem à público os horrores da Segunda Guerra Mundial, garante a igualdade entre todos os indivíduos, independente de gênero, raça, classe social e religião. No Brasil, entretanto, ainda que seja uma das nações assinantes da Declaração, percebe-se um preocupante estreitamento ao tratar-se da questão da discriminação racial. Entre os fatores relacionados à persistência desse impasse, destacam-se o contexto histórico brasileiro e a propagação impune do racismo. Em primeira análise, é importante reconhecer que o preconceito racial, embora seja um comportamento inadmissível, faz parte da sociedade brasileira desde os seus primeiros momentos, nos quais houve a vergonhosa escravidão de milhões de africanos, que, além dos trabalhos forçados, foram amplamente desrespeitados como inferiores e obrigados a submeterem-se à cultura e religião dominantes, estabelecendo oficialmente a hierarquia no Brasil que deploravelmente perpetua até os dias atuais. Ainda que, em 1888, tenha sido assinada a Lei Áurea - que libertou os escravos e tornou a escravidão ilegal -, não pode-se afirmar que houve de fato a igualdade racial, visto que não houve quaisquer políticas de reparação social com os indivíduos afetados e percebe-se que seus descendentes sofrem com o legado da exploração até a contemporaneidade. Mediante os fatos apresentados, pode-se confirmar que a persistência do racismo no Brasil é fruto de uma grave falha histórica da sociedade e deve ser reconhecido e combatido com seriedade por toda a nação. Em segundo plano, pode-se citar a frase do brilhante cientista Albert Einstein, que afirma: "É mais fácil desintegrar um átomo, do que um preconceito". Dessa forma, para justificar tamanha dificuldade, é necessário compreender que o preconceito surge a partir de uma generalização superficial e a criação de estereótipos, estruturando um modelo excludente imposto pelos grupos dominantes, no qual os indivíduos que não se encaixam sofrem o processo de periferização social. Além disso, é imprescindível relevar que o preconceito é unicamente transmitido por meio da socialização, e, portanto, não faz parte da intrínseca natureza do indivíduo, mas o é imposta e ensinada. Considerando os tópicos dissertados, e para que a Declaração Universal dos Direitos Humanos não seja uma mera proposição teórica, mas uma medida concreta, as instituições de ensino devem educar a população por meio de palestras e debates sobre a formação do povo brasileiro com diversos setores da sociedade. Espera-se, com isso, alcançar a verdadeira democracia racial no Brasil. Assim, suplantando a perspectiva de Einstein, será possível não só desintegrar átomos, como também preconceitos.