Título da redação:

A minoria unida jamais será vencida

Proposta: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 01/05/2016

A questão do racismo no Brasil é muitas vezes rechaçada como sensacionalismo, mera invenção das minorias. No entanto, suas evidências estão escancaradas para aqueles que quiserem vê-las, seja sob a forma velada do humor ou sob a gritante discrepância nas oportunidades de emprego. É importante, portanto, lutar-se contra a permanência desse quadro no Brasil, visto que este é um país de pluralidade étnica. Analisando-se em primeira instância o lugar do negro no mercado de trabalho, percebe-se uma origem história para a situação atual. As oportunidades de emprego são poucas não apenas devido ao racismo, mas também devido a como a libertação dos escravos se deu no século XIX, não lhes sendo oferecido qualquer suporte na época. Os negros escravos, então, foram abandonados ao fim de sua servidão para tentarem se encontrar em um país que lhes dava suas costas, resultando em pobreza e revolta entre estes. É claro que esse início afeta até hoje a posição do negro na sociedade - ainda mais porque "até hoje" são 128 anos depois, apenas, desde a abolição da escravidão. No Brasil, onde os sistemas públicos não suprem necessidades básicas da população como saúde e educação, esse começo foi decisivo para que os filhos de escravos, e depois seus netos, não tivessem acesso ao que aqueles de alta renda tiveram: oportunidades. Sendo a maior parte dos negros aqui de ancestralidade escrava, justifica-se sua grande participação percentual na pobreza também. Além de tudo isso, as minorias, em geral, são alvos de preconceito, mantidas em suas posições de inferioridade através da coerção violenta ou psicológica. Com frequência, as próprias minorias aceitam sua subjugação como natural e passam a projetar discursos similares, como as mulheres que se dizem machistas ou negros que autoproclamam-se "brancos por dentro". Esse fenômeno é altamente danoso à autoimagem destes grupos, que, ao serem categoricamente rebaixados, deixam de se unir e fortalecer a luta por seus direitos, alimentando dessarte o racismo. Sob a luz de tais dificuldades, políticas sociais são imprescindíveis. As cotas, por exemplo, aceleram o processo de inclusão de diversos grupos ao tornarem sua entrada no ensino superior inevitável, e devem ser mantidas por todas instituições públicas. Além disso, as escolas devem criar projetos de debate sobre a importância da união em prol de interesses coletivos, pois ninguém sozinho move montanhas, mas unida a humanidade chegou à Lua - e o racismo só verá seu fim quando as etnias discriminadas perceberem o poder em seus números e organizarem-se para reivindicar respeito e igualdade. obsobsobs: ai ai o título