É cômico pensar como em pleno século XXI numa sociedade de raízes culturais africanas ainda possa se ouvir os ecos de um passado marcado pelo pensamento escravagista e preconceituoso em relação à população negra. Contudo, essa realidade baseada no etnocentrismo advindo da falsa ideologia de que o branco é melhor e mais bonito tem se manifestado ainda hoje. Uma das características principais que difunde a construção da identidade brasileira é justamente o evento histórico dos navios negreiros que trouxeram os africanos como mão de obra escrava. Ação que culminou os resquícios pelo nosso território como, por exemplo, os quilombos, a cultura, a religião e vale ressaltar a grande influência na economia através das lavouras e engenhos de produção açucareira. Entretanto, apesar dessa contribuição para nosso país, o racismo tem ao longo dos anos perdurado na vida dos estudantes negros que têm sido usados como motivos de zombarias por causa dos seus cabelos; dos adultos que não conseguem empregos por causa da sua cor; além dos apelidos maldosos como "macaco". A situação se torna mais estarrecedora quando se vê o alto índice de homicídios negros, a falta de representatividade na política e insuficiência de oportunidades sejas elas na educação ou no trabalho, visto que a maioria deles habitam os lugares mais pobres, como as favelas e morros que costumam ser mais violentos. Portanto, o racismo ainda que inconscientemente se mantém atualmente como forma de repressão. Por isso, partindo da premissa de Kant: "O homem é o que a educação faz dele", é preciso valorizar através das redes de comunicação a cultura afrobrasileira, além da criação de projetos educacionais através das artes nas escolas e maior rigorosidade legislativa nas medidas de coercitividade a fim de erradicar o racismo.