Título da redação:

A arte e a internet contra o racismo na contemporaneidade

Tema de redação: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 09/06/2016

Há quase 140 anos, a escravidão foi abolida no Brasil. Entretanto, ela deixa rastros de opressão até os dias de hoje. Segundo estudo, a violência cresceu de um modo geral, mas para os negros aumentou 16%. O racismo, mesmo constituindo-se crime, ainda é praticado, ainda mais nas redes sociais, onde o agressor vê a vantagem de uma possível impunidade. Ele está presente na nossa sociedade não apenas de forma descarada, mas também nas limitações do exercício da cidadania do negro. Neste âmbito, a Lei encontra resistência. Na comunidade em que vivemos é fácil perceber a persistência da exclusão histórica que a maioria dos negros sofre. Nascendo e crescendo na periferia ou em favelas, eles geralmente estão sujeitos ao crime, à má educação, às condições sanitárias inadequadas e a um futuro incerto. O protagonismo negro nas universidades e cargos importantes é raro e a meritocracia o coloca em posição desvantajosa, o que abre discussões acerca das políticas de cotas. Apesar de ter passado no vestibular de medicina com esforço próprio, recentemente uma estudante negra foi vítima de duras críticas. Comprovado por suas próprias palavras, "a casa grande surta quando a senzala vira médica". Em 2015, a atriz Taís Araújo também sofreu ataques de "haters", nome dado a pessoas que publicam comentários incitando ódio na internet. Acreditando estarem protegidos por uma identidade virtual (os "fakes"), os agressores usam de piadas racistas para ganharem curtidas, o que demonstra em números o assustador cenário em que nos encontramos. Entretanto, é nas redes sociais também que diversas campanhas de conscientização vêm sendo realizadas. Muitas delas são feitas de forma independente através de quadrinhos, poemas, vídeos, textos e relatos que empoderam a cultura afrodescendente no intuito de reafirmar o que a Lei já diz: todos têm direitos iguais. Desta forma, o Ministério da Cultura e a Secretaria de Direitos Humanos devem incentivar tais práticas, dando maior visibilidade a estas manifestações por meio da mídia convencional. Na era digital, a internet é uma promissora ferramenta de inclusão do negro, onde ele não se vê mais ignorado ou à mercê da indiferença. Esta é uma forma de mudar a cultura de intolerância para uma cultura de paz onde possa ser exercida a verdadeira liberdade.