A violência contra a mulher é produto de uma construção histórica que desde os primórdios de nossa civilização inferioriza e limita o papel da mulher. Tal violência traz em seu seio, uma estreita ligação com as categorias de gênero, classe, raça e suas relações de poder, essas associações estão sob influência de uma ordem patriarcal emergente na sociedade brasileira, a qual atribui aos homens o direito de dominar e controlar as mulheres, podendo atingir os limites da violência. Lutas contra sistemas androcentricos estão marcados na história do mundo, como o dia 8 de março de 1857 onde cerca de 145 trabalhadores, em sua maioria mulheres, morreram carbonizados em um incêndio numa fábrica de tecidos em Nova York, ao lutarem por melhores condições de trabalho e igualdade de direitos trabalhistas para as mulheres. Embora as conquistas ao longo dos séculos, esse tipo de violência persiste, se evidenciando nas estatísticas. A taxa de feminicidio no Brasil é a 5° maior do mundo, apesar da adoção da Lei Maria da Penha em 2006. Essa perduração se deve sobretudo a herança da cultura machista e as influências dos meios de comunicação que ainda dissemina certos costumes. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse, as instâncias de poder do Brasil precisam trabalhar em conjunto para encontrar medidas. Em princípio as polícias Federal, Civil e Militar são imprecidíveis para que as leis já existentes sejam executadas de forma maneira efetiva para atender as vítimas e evitar maiores transtornos. Medidas socioeducativas são indispensáveis para reverter esse quadro, além da integração do MEC e Conselhos Tutelares para orientar e implantar campanhas e debates em escolas e universidades sobre o assunto, a fim de que concepções patriarcais não sejam semeadas pela atual e futuras gerações. Como já dizia Immanuel Kant "O ser humano é aquilo que a educação faz dele".