Segundo Émile Durkheim, a violência é um fator comum em qualquer sociedade. Não obstante, a violência contra a mulher brasileira tem se transformado em um grave problema que atinge várias classes sociais devido à visão inconsequente de vários setores sociais. Assim, é necessário um novo posicionamento para, pelo menos, amenizar tamanha problemática. Em primeiro lugar, a persistência da violência contra o sexo feminino está associada a uma deficiência cultural. Desde os períodos mais antigos, a mulher é relatada e idealizada como aquela que está sempre submissa ao seu esposo. Esta visão tem se manifestado devido os valores machistas e patriarcalistas que, ainda, estão bem presente em nosso meio. Além disso, a própria mídia promove essa deficiência. Prova disso são as propagandas que promove a mulher como objeto sexual, a qual pode ser usada e descartada a qualquer momento. É importante destacar, ainda, a grande contribuição da sociedade contemporânea no agravamento desse problema. A desvalorização da mulher em vários setores tem fomentado a ideia de inutilidade e, consequentemente, vem gerando mais violência contra elas. Mesmo com uma maior participação na sociedade desde o governo Vargas, o qual possibilitou o voto feminino, o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE) revela que a mulher ganha cerca de 30% a menos do que os homens. Isso demonstra, ainda, o baixo poder de voz e o controle que existe sobre elas, impossibilitando, desse modo, a ascendência e a igualdade de gênero. Fica evidente, portanto, que os crimes contra o sexo feminino em nossa sociedade é uma dura realidade causada por vários fatores. Para que esse arcaísmo e machismo mude, é necessário o empenho de vários níveis sociais. Primeiramente, o Poder público pode promover melhorias técnicas, estruturais e laborais para as delegacias da mulher, com vistas a promover um melhor atendimento e possibilitar eficácia desse orgão. Além disso, ele pode intensificar a fiscalização nos postos de trabalho, auxiliado por ONG's, com a finalidade de combater a descriminação trabalhista e desigualdade salarial. Por fim, as escolas e a mídia devem educar, informar e direcionar o indivíduo, desde a mais tenra idade, a combater esse tipo de violência através de palestras e eventos, auxiliados por psicólogos, psicopedagogos e sociólogos, com o intuito de acabar essa cultura deficiente. Assim, a visão de Durkheim poderá não ser assertada em sua totalidade.