Título da redação:

A tradição envolvida na prática da violência contra a mulher

Tema de redação: ENEM 2015 - A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

Redação enviada em 30/10/2015

Ao longo do século XX, as conquistas femininas cresceram de forma gigantesca, e esse ritmo se mantém até os dias atuais. Através dos movimentos feministas, foi possível dar início a luta contra a desigualdade entre gêneros. Contudo, a violência contra a mulher ainda persiste na sociedade brasileira, decorrente de séculos de uma tradição machista e patriarcal. Em escala mundial, as mulheres demonstraram seu potencial durante o período das Guerras Mundiais, em que elas foram inseridas na indústria e na economia de forma massiva devido à escassez de homens em idade ativa, os quais, em sua maioria, haviam sido recrutados para os campos de batalha. Esse período deixou claro que o gênero não era uma característica justificável de classificação social. No Brasil, uma importante conquista feminina foi o poder de voto, ação crucial para a democratização da participação política alcançada através da Constituição de 1.932. No entanto, apesar dos avanços apresentados em prol de uma sociedade mais igualitária, ainda permanece a crença de alguns grupos na superioridade do sexo masculino, o que, em suas concepções, justificaria a dominância das mulheres pelos homens. Essa ideia, hoje vista como retrógrada, acaba culminando na prática da violência, muitas vezes cometida por companheiros que se sentiam envergonhados por não serem tão bem sucedidos quanto suas mulheres, ou que, simplesmente, acreditavam ser apossados delas, e, sendo assim, julgavam ter o direito de feri-las. Portanto, a violência contra a mulher ainda persiste na sociedade brasileira, sendo resultado de um pensamento advindo de séculos de uma tradição machista. A fim de amenizar essa situação, é necessário o endurecimento das penas dadas a esse tipo de crime, como propõe, por exemplo, a Lei do Feminicídio, que qualifica os homicídios de mulheres motivados exclusivamente pelo gênero. Além disso, é preciso um aumento da fiscalização, que deve vir dos cidadãos e das organizações não governamentais, além do próprio Estado. Isso será mais um passo a caminho da tão aguardada igualdade de sexos.