Título da redação:

O Espetáculo do Ter

Proposta: A ostentação e o consumismo.

Redação enviada em 14/09/2015

"Ter ou não ter: eis a questão" adapta-se à frase de William Shakespeare para a sociedade brasileira atual, pois, em uma esfera capitalista de consumo, o ter se tornou mais importante que o ser. A camarotização da sociedade é apenas mais uma evidência da cultura de imagem em que vivemos e há um desvirtuamento de valores em que possuir é mais importante do que ser, como consequência cria um apartheid social. Com a popularização das redes sociais, o termo ostentação foi mais evidenciado. Em seus perfis, as pessoas criam uma imagem de vida perfeita, mostrando aquilo que elas podem ter ou até mesmo o que aparentam possuir, produzindo, assim, uma sociedade do espetáculo. Com isso gera-se frustração por parte daqueles que não têm condições financeiras, que ao tentar enquadrar-se criam a "piratização" produtos, que é um grande problema no Brasil. Outro ponto, é a quebra que a elitização faz na democracia brasileira, pois aqueles que não detêm o poder de consumo são marginalizados. Espaços típicos da sociedade capitalista, como grandes shoppings centers, mesmo considerados espaços públicos, excluem pessoas que não podem ou aparentam não poder consumir. Essa exclusão acontece, por exemplo, na proibição de movimentos como o rolezinho, que mesmo visando o consumismo é discriminado por ser realizado por pessoas da favela. Em vista disso, constata-se que o ter tem sido mais importante que o ser na sociedade brasileira e isso tem afetado a democracia. O Estado, portanto, deve antes de tudo evitar a repressão, pois se um espaço é considerado público a Constituição garante que qualquer cidadão tem direito de ir e vir. E também, pode em parceria com a mídia divulgar como é viver em uma sociedade democrática e quais seus fundamentos, e, assim, mostrar que a estratificação ficou perdida entre os muros dos feudos.