Fome e miséria, muita propaganda na tevê, um número exorbitante de pessoas que querem ser, um país fingindo que sabe ter. Essa é a triste realidade do Brasil, em que o egocentrismo e o status social são mais importantes que viver bem. Nesse contexto, torna-se necessário que o brasileiro reveja seus princípios e prioridades. Desde o fim da guerra fria e início da globalização o capitalismo domina o mundo, e a explosão de propagandas que movimenta bilhões acarreta uma única finalidade: a persuasão ao consumismo exacerbado e desnecessário. Sobretudo, o consumo motivado pela televisão, e nessa jogada, obter uma bolsa de grife no guarda-roupa é mais importante que alimentos na dispensa. Tudo vai da aceitação social, ou seja, obter um determinado produto para se inserir no âmbito em que vive, mesmo que para isso seja necessário renunciar o essencial pelo supérfluo, para somente satisfazer vaidades. Para Marx, os padrões que decidem a integração de um indivíduo no meio em que ele se insere - desse modo, possuir um determinado produto é o mecanismo da inserção e ostentação para o benefício do EU. Colocada a discussão nesses termos, é imprescindível a conscientização individual e o senso crítico para saber discernir o útil do Inútil e uma recapitulação dos valores e prioridades por parte da sociedade, e ainda que a mídia não se exceda nas propagandas utilizando técnicas abusivas, e por fim, que as escolas abordem por meio de palestras a diferença entre o benéfico do dispensável. Provavelmente assim, o consumo será consciente.