Considera-se de forma simplória que o maior objetivo do homem em vida é o de ser feliz. Esse ideal, hoje, dispõe de uma forte carga cultural pois se traduz em rápida ascensão e aceitação social. De fato, observa-se muito frequentemente as aspirações de consumo de muitos para se enquadrar em determinados grupos, o que causa uma cada vez maior inversão de valores. Ao longo do curso evolutivo da humanidade, houve muitos exemplos de luta entre classes, em que uma tentava suplantar a supremacia de outras. Esse sistema de estratificação social, no entanto, foi mais intensificado pelos sistemas político e econômicos então vigentes com prejuízo dos grupos sem o domínio do poder. Por consequência desses fatores, o anseio de ser rico, hoje, é cada vez mais cultivado e alimentado pela lógica do mercado. Segundo ele, a posse de um objeto fará quem o compra mais importante socialmente e aceito. É aqui onde entra a vulnerabilidade do indivíduo que deseja associar o status do produto a si mesmo: a sociedade se torna padronizada pelo processo de massificação. Nesse contexto, pode-se notar a fragilidade dos valores dos indivíduos na sociedade contemporânea. Devido à importância que os indivíduos concedem à opinião das demais, o "ter" se tornou mais relevante que o "ser" e exibir todos os artefatos de luxo que se tem é o que realmente satisfaz o indivíduo. Fica claro, portanto, que o consumismo está inserido na matriz histórica e cultural mundial. Buscando desconstituir o seu lado mais radical, é fundamental que o assunto seja expandido e mais pessoas se informem sobre ele por meio da família e da mídia. No mundo tecnológico de hoje, entre o progresso e a barbárie, somente o homem bem informado poderá decidir que rumo tomar. Ademais, é preciso que haja redução das desigualdades entre classes para que, na mesma proporção, diminuam as aspirações ao consumo e exibicionismo.