Maquiar a real situação de vida, através de um falso status de luxo, é uma atitude que só demonstra o poder do senso comum imposto pela mídia. Não é de hoje o desejo utópico do brasileiro de alcançar a riqueza e o impulso nas camadas sociais, como forma de fugir da sua realidade e transcender para um mundo, cuja sensação é nada mais que uma mera ilusão. É nesse contexto no qual a ostentação e o consumismo passa por cima do bem estar e serve como moeda de troca para o ingresso nos altos escalões da sociedade. Em meio a esse processo, vale ressaltar a facilidade de absorção da ideologia midiática sobre as fracas personalidades. Músicas com letras nas quais 80% refere-se a objetos de grife, rapidamente se tornam fenômenos nos meios de comunicação. Esses movimentos artísticos, são os principais fatores na formação de uma moda, e na elevação do índice das vendas nas principais lojas do país. Quem ganha é o cidadão por estar trajando um tênis caro ou os grandes capitalistas por obterem lucro com mais facilidade? É uma certa ironia por parte dos “gastadores” manifestarem essa postura em meio à real conjuntura que vive o país. Uma crise econômica alarmante ganha força a cada dia que passa, e por outro lado mais ostentação e consumo se concretizam. Indivíduos assim com certeza não representam a sociedade brasileira, aquela que para conseguir o seu conforto, é necessário um esforço até mesmo maior daquele suportado, ao invés de esbanjar e transmitir uma falsa impressão de estabilidade riqueza. Por fim, a ostentação não é uma filosofia de vida digna quando é forçada. Com isso, essa parcela que adota esse pensamento não pode deixar ser influenciada por uma mídia esmagadora de conceitos morais e cívicos. Portanto, os meios de comunicação, como instrumentos massificadores, devem agir de forma coerente e respeitando a liberdade de cada um, mas sendo conciso na neutralização desse mal social, pois é perceptível a necessidade do fim desse carnaval, para que essa fantasia seja tirada.