Funks ostentação, consumismo, uma busca eterna por aceitação social em forma de bens materiais. Imitar os ricos é arte há muito dominada pelos setores miseráveis da sociedade, mas só nos últimos anos tornou-se tão expressiva. A ostentação, atrelada sempre ao consumo exacerbado (inspirado na cultura norte-americana) é baseada no ter para ser. Consumir para ser aceito. A famosa ostentação, termo largamente utilizado pelas mídias recentemente, tem como propósito inconsciente "compensar" as mazelas sociais dos mais pobres. O ato de comprar carros e roupas de marcas famosas é como uma chave de entrada para o nicho social da elite. Ostentar como um escape para suas dificuldades. Esse consumismo, essa necessidade de comprar a fim de tentar ser algo que, muitas vezes, nunca será faz parte da cultura mundial há décadas. O que não é exclusivo das periferias, porém é onde esse fato torna-se mais alarmante. Se a ostentação é como um escape, uma ilusão, por que não fornecer para essas pessoas recursos necessários para uma ascensão social verdadeira? O que é realmente necessário, portanto, é uma nova conjuntura social nessa área. A ostentação é, de forma simplista, o quadro de um indivíduo sonhando com o leque de oportunidades que alguém da elite possui. A base do problema desses sonhadores é o precário acesso a uma educação de qualidade no Brasil. Consequentemente, urge projetos que visem a melhor infraestrutura das escolas, a melhor qualificação, o acesso à esse ambiente educativo. O que implicaria inclusive, na criação de escolas gratuitas nas favelas, por exemplo. Com tais medidas e investimentos, esse indivíduo não precisa ostentar para simular uma ascensão. Ele terá competência e oportunidades para fazê-lo verdadeiramente