A intolerância religiosa descreve a atitude caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças ou crenças religiosas de terceiros. Tanto em meados do século XVII, quando mulheres foram levadas à forca por suas crenças divergentes no interior dos Estados Unidos, o tempo percorreu uma linha tênue não muito diferente dos dias atuais. Levanta-se então que nossa Constituição de 1988 não cumpriu sua profecia de nos tornar totalmente laicos. A principio, é possível perceber que tais atos intolerantes estão ligados à questões tanto da politica quanto estruturais. Atos estes que ocorrem debaixo do nariz do sistema judiciário que minimiza o combate, já que não há interferência de órgãos governamentais em prol da causa. Prova disso é a atual bancada evangélica no Congresso. Isto posto, atitudes brutais que visam segregar as culturas religiosas de massa, continuam atuando livremente e crescendo entre a sociedade levantando mais adeptos a propagação da ignorância. Idem, vale trazer à tona que casos de intolerância estão ligados a fatores socioculturais construídos e enraizados pelas décadas. Durante a construção do Estado brasileiro, a escravidão dos povos trouxe com ela a discriminação e intolerâncias culturais, derivadas das ideias de homens brancos dominantes de que as demais religiões consideradas pagãs, não poderiam andar lado a lado com suas ideologias. Infelizmente, tal realidade é encontrada até hoje em território brasileiro. Dentro dessa lógica, percebe-se que a dificuldade de prevenção ao preconceito religioso vem sendo carregada como frutos de uma árvore genealógica. Ao ver intolerância em todas as partes, Voltaire afirma que, sem a tolerância, o mundo continuará desordenado. Logo, é necessário que o governo, junto com o sistema judiciário faça o cumprimento das leis e abra canais para protesto vindos por meio de denúncias. E que o Estado busque ser imparcial quanto a suas ideologias dentro e fora do Congresso.