A diversidade religiosa, no Brasil,se originou, inicialmente, com a chegada dos jesuítas, que buscavam a conversão dos índios ao cristianismo, e, em seguida, se intensificou com a trazida dos escravos da África. É possível perceber que, já naquela época, eram praticadas ações de intolerância religiosa nos atos de catequese e na busca por cristianizar as religiões afro-brasileiras. Atualmente, no Brasil, atos de intolerância religiosa têm se tornado cada vez mais frequentes e violentos. O desrespeito às práticas religiosas dos outros é, antes de tudo, uma prática etnocêntrica, pois parte do princípio de que o “eu” é sempre melhor que o “outro”, sendo qualquer prática diferente da “minha”, uma prática errada e anormal. Entretanto, tal ideia deve mudar, uma vez que o Brasil, sendo um Estado laico, deve assegurar a liberdade de crença (ou descrença) religiosa, além de proteção e respeito às manifestações religiosas. Apesar disso, tais direitos não têm sido devidamente garantidos. Segundo a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, de 2011 a julho de 2014, pelo menos 400 pessoas foram vítimas de discriminação devido à sua religião. Em 2013, 20% dos casos envolveram violência física. Apesar de alarmantes, tais números representam somente uma sombra da realidade, visto que apenas uma pequena parcela das vítimas denuncia o crime. Diante disso, os Governos Estaduais devem trabalhar afim de amenizar tais atos, promovendo palestras e debates à população. A escola e a família, sendo a base da sociedade, também devem atuar com diálogos e palestras que expliquem sobre a liberdade de escolha de religião. Além disso, a mídia e os veículos de comunicação em geral devem apresentar as mais diversas religiões à população de modo imparcial, evitando assim ideias preconcebidas e, acima de tudo, estabelecendo como religião universal o respeito.