Título da redação:

Caminhos da Miscigenação

Tema de redação: A intolerância religiosa no Brasil

Redação enviada em 05/02/2017

O histórico de intolerância religiosa no Brasil é bem antigo e tem como protagonista a não aceitação em relação a diversidade de costumes, que teve origem durante o processo de colonização com o índio, o branco europeu e o negro que trouxeram para o país suas respectivas crenças e religiões, evidenciando a mestiçagem do povo. Dessa forma, consegue-se pensar que um país tão miscigenado acabe gerando uma série de conflitos. Os colonizadores em suas expedições reprimiam todo tipo de manifestação religiosa que não fosse a sua, considerando as demais impróprias, herança que se evidencia nos dias atuais, pois é cada vez mais comum encontrar nos jornais notícias e reportagens relatando atitudes hostis decorrentes da intolerância religiosa. As divergências levam um ser humano inconformado com a crença de outro a tentar impor as suas ideologias, embasado pelo pensamento de superioridade de determinada religião. Dessa maneira, tornaram-se frequentes os casos de violências verbais e agressões físicas, em todo o território nacional. Mesmo com tantos anos convivendo com as diferenças ainda não se estabeleceu a concepção de respeito e continuam relatando com frequência casos alarmantes por conta do fanatismo religioso. Diante do caos instaurado pela intolerância religiosa, foi preciso criar meios para combater e criminalizar essas ações de desrespeito. Fez-se necessária a criação de uma lei que busca proteger cultos religiosos de matriz africana, os quais são mais discriminados no Brasil. Além disso, estipulou-se o dia 21 de janeiro como o “Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa”, como forma de conscientização da população, pois todas as pessoas e suas respectivas religiões merecem proteção e respeito. Segundo o poeta francês Victor Hugo, “a tolerância é a melhor das religiões”, e, por isso, em um país tão cheio de diversidades, não cabe julgar, discriminar ou hostilizar a fé alheia. Fica evidente, portanto, que nenhuma religião é superior a outra e é papel do Estado garantir a liberdade de escolha como forma indispensável no regime democrático, fazendo valer a laicidade da nação, preservando os direitos fundamentais dos cidadãos. Por sua vez, as escolas devem ampliar a discussão sobre a tolerância às diferenças, promovendo debates e palestras que tratem da pluralidade cultural e religiosa existente em nosso país. Dessa maneira, honraremos nosso título de povo miscigenado.