No ano de 2015, no subúrbio do Rio de Janeiro, um grupo de candomblecistas voltavam para suas casas, após participarem de um culto, quando dois homens que passaram por eles entoaram gritos de ódio e difamações, além de acertarem uma pedra na cabeça de uma jovem de apenas onze anos. O caso ganhou repercussão e gerou discussões sobre o que pode estar causando a crescente intolerância religiosa, não apenas no Brasil, mas também em diversos países. As consequências desses fanatismos podem ser observadas na história, como os ataques fundamentalistas ou a antiga inquisição católica. A intolerância religiosa pode configurar-se como uma aversão à diversidade cultural, pois cultos como candomblé estão muito ligados à ancestralidade africana dos praticantes e à preservação de costumes e crenças. Embora 50% da população brasileira seja composta por pardos e negros, práticas racistas ainda são recorrentes. Os costumes que vieram com os povos africanos trazidos durante a época colonial são importantes integrantes da cultura brasileira. No entanto, ainda é pobre o ensinamento sobre as origens e histórias desses povos, o que contribui para uma aversão por parte da sociedade às manifestações culturais como o candomblé. Além disso, no âmbito global, os casos de intolerância religiosa estão causando sentimentos sectaristas como a xenofobia. A sensação constante de insegurança na Europa, com seus povos aflitos sobre as ações de grupos fundamentalistas, aumenta o rancor de ambas as partes e a generalização cultural infundada. O preconceito contra povos islâmicos, mesmo aqueles sem relação com o terrorismo, é crescente. As vertentes de extrema direita ganham cada vez mais apoio, e os discursos neonazistas e preconceituosos atraem mais adeptos intolerantes, inclusive no Brasil. Diante dos fatos apresentados, é necessária uma campanha conscientizadora por parte da mídia, que acabe com a generalização do povo muçulmano e mostre que o islã é uma religião e deve ser respeitada, através da divulgação de figuras importantes como a Malala, ganhadora do Nobel da paz. O MEC deve estimular nas instituições de ensino um maior apelo para o ensino da história dos povos africanos trazidos ao Brasil. Além disso, é importante que o Estado reafirme sua posição laica, o governo federal deve impedir que leis, decretos ou sanções sejam feitas com base em uma vertente religiosa, pois podem não representar toda a diversidade brasileira equilibradamente.