O Brasil, no período colonial, já sofria com as investidas religiosas de jesuítas que faziam verdadeiros aldeamentos na tentativa de converter os índios à sua religião, impedindo-os de possuírem suas próprias concepções de vida. Passado esse domínio português econômico e religioso, muitas pessoas ainda sofrem com a intolerância religiosa, mas que agora é praticada pelos próprios brasileiros que revela então, o desafio do Estado de garantir não somente a liberdade religiosa a todos, mas também a convivência pacífica entre diferentes credos como forma de reforçar sua democracia. Tal fato de intolerância se deve a própria formação do Brasil. Com a chegada de escravos africanos somada com a escravização indígena, estabeleceu-se diferentes religiões até hoje vistas mas que com o decreto dos dominadores, foram impedidos de serem professadas. Com isso, formou-se a concepção de superioridade religiosa, onde costumes avessos aos intolerantes são vistos como "macumbas", que contribuem também a um processo de exclusão social e a prática de violência por fanáticos. Além disso, apesar de o país ser uma democracia laica, isto é, neutra, sem estabelecer uma religião oficial, o Estado ainda sofre com sua arcaica organização e contribui, também, para a intolerância perpetua-se. De fato, o Brasil, a estabelecer feriados católicos e por possuir algumas escolas públicas que ainda instituem o ensino religioso católico obrigatório, contribuem para legitimar ações violentas, como destruição de monumentos e agressões físicas, ao explicitamente destacar uma determinada religião em detrimento de outras minorias, que sofrem com a afirmação de seus direitos ao culto. Portanto, a intolerância é um mal que deve ser combatido para evitar casos mais extremos vivenciados em outros países. Cabe ao governo punir exemplarmente e com celeridade para que a impunidade não se torne motivos para esses e outros crimes contra a liberdade de expressão. A sociedade também deve fazer sua parte, aliando-se às ONG's para denunciar e também apoiar as minorias não só como forma de exercer a sua cidadania, mas também de consolidar a própria democracia. Quem sabe assim podemos escapar do aldeamento ideológico vivenciado no século XXI