A religião trata-se de uma necessidade existencial do ser humano que busca nela justificativas pelas quais estão no mundo. No Brasil, a liberdade de crença é assegurada pela Constituição Brasileira, no entanto, o sentimento de superioridade e a questão cultural em que se desenvolveu o país, faz com que indivíduos pratiquem atos de intolerância em nome de sua fé. No período da colonização portuguesa, iniciou-se no Brasil o processo de catequização dos índios, ou seja, a imposição da fé católica, considerada a correta pelos europeus. Com a chegada dos africanos escravizados, houve a tentativa, da parte dos clérigos, de reprimir as manifestações religiosas provenientes da África. Pode-se, portanto, dizer que a formação cultural religiosa no Brasil se deu a partir de sucessivos atos de sobreposição de uma religião. Do mesmo modo, ainda hoje há indivíduos de distintas religiões que praticam atos de violência, seja física, verbal ou moral contra crenças que, por eles, são consideradas inapropriadas como no caso ocorrido em junho de 2015 que uma menina de 11 anos fora atingida com uma pedra na cabeça quando saia de um culto de candomblé, religião a qual pratica. Dessa forma, a intolerância religiosa no Brasil abrange fatores culturais, no sentido em que, desde a sua formação há o histórico de sobreposição de determinada crença. Torna-se evidente, portanto, a necessidade da desconstrução da cultura de superioridade da fé e se, como afirma Kant, o homem é o que a educação faz dele, é necessário iniciar nas escolas este processo. Em vista disso, deve-se haver o ensino sobre as diversas religiões existentes no Brasil, promovendo assim, através do conhecimento, a aceitação da diversidade e o combate a atos de radicalidade "em nome da fé" que transgride a liberdade individual do ser humano.