Durante muito tempo o catolicismo foi a religião oficial do Brasil, sendo as demais religiões proibidas ou permitidas apenas na esfera doméstica.Todavia, a partir do período republicano, em função da influência positivista, que prega a neutralidade, foi estabelecido o Estado laico, no qual deve haver a separação entre governo e igreja e a liberdade de culto. Contudo, mesmo estando prevista pela constituição, a tolerância religiosa não é plena no país, permitindo que muitos grupos ainda sofram perseguições e marginalização devido à sua crença ou ausência dela. A revolta dos Malês se refere à manifestação de escravos africanos convertidos ao islamismo que tinha com uma de suas exigências a liberdade de culto diante de uma sociedade excludente.Nesse contexto, mesmo décadas depois e diante da diversidade cultural e do sincretismo religioso devido ao processo de colonização brasileiro , a intolerância ainda se faz presente no século XXI. Ela é evidenciada pela marginalização de diversos grupos e pelo ensino religioso existente, em um país laico,há pouco tempo, prejudicando as relações humanas na sociedade, tendo em vista a inferiorização e o desrespeito a que são são submetidos por acreditarem em outros deuses ou pela ausência de crença religiosa. Desse modo, o preconceito acaba por se "normalizar" em forma de piadas no cotidiano, ferindo a dignidade de diversos cidadãos. Ademais, os ataques não são morais, mas também físicos.Tem-se, assim, exemplos como o da menina de 11 anos apedrejada no Rio de Janeiro após sair de um culto de candomblé. Evidencia-se, portanto, o fundamentalismo alimentado por fanáticos que gera um paradoxo, pois passam a cometer atrocidades em nome de deuses que pregam, em sua maioria, a paz, além de prejudicar o bem estar coletivo, porque, assim como defende o astrofísico Stephen Hawking, "A violência humana ameaça destruir a todos nós". Dessa forma, esses grupos sofrem prejuízos físicos e têm a sua liberdade ameaçada. Infere-se, portanto, a necessidade de medidas que visem a reverter esse quadro de intolerância religiosa.Para tanto, faz-se necessária a ação do Ministério da Educação, estabelecendo o ensino religioso como matéria obrigatória em todas as escolas, mas com foco voltado para o respeito e conhecimento a cerca da diversidade, formando cidadãos conscientes e tolerantes. Além disso, o Ministério da Justiça também deve atuar, promovendo, por meio de leis mais rígidas, a devida penalização para casos de perseguição e violência física, evitando, assim, a reincidência e a perpetuação dessas práticas . Gera-se, dessa forma, uma sociedade que age em prol do bem estar coletivo e que respeita as diversas manifestações culturais.